As mirabolâncias do dr. Almeida

Ninguém ignora que por trás de tal tragédia estão vários factores, dos quais se realçam os movimentos migratórios sazonais (emigrantes, praias…) e a realização de festas, festins e festividades, quando o bom senso determinaria a sua não realização, quando a sensatez constataria o perigo que elas representam em termos de propagação epidemiológica, quando, em contrapartida, o que elas eventualmente acrescentaram para alguns nunca justificará as consequências vitais que acarretarão para muitos.

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  • 22:18 | Sexta-feira, 11 de Setembro de 2020
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Já há muito nos acostumámos às variações semânticas na retórica do presidente do executivo viseense, estreitinho na obra e ancho na basófia em que embrulha os seus inconcretizados anseios mais sentidos.

Ao fim de 7 anos de exercício de poder autárquico, Almeida Henriques demonstra em crescendo a incapacidade de gestão, espelhada nos insucessos à vista de todo o munícipe crítico e sem antolhos de agamelado.

Entretanto, Viseu, a cada dia que passa, acorda mais estupefacta com o crescente número de casos de infectados com a Covid19.


Ninguém ignora que por trás de tal tragédia estão vários factores, dos quais se realçam os movimentos migratórios sazonais (emigrantes, praias…) e a realização de festas, festins e festividades, quando o bom senso determinaria a sua não realização, quando a sensatez constataria o perigo que elas representam em termos de propagação epidemiológica, quando, em contrapartida, o que elas eventualmente acrescentaram para alguns nunca justificará as consequências vitais que acarretarão para muitos.

E isto é válido para todas as festas, sem excepção.

Em tempos duros e difíceis para todos nós, os festejos de um punhado e o gáudio e o protagonismo pessoal que deles tiram não justificam, de modo algum, o mal que para tantos podem transmitir.

Na página do município, o presidente vem com a verborreia habitual eximir-se a responsabilidades. Porém, não consegue limpar a desconfiança de que, este tipo de divertimentos eventualmente ofensivos da integridade dos munícipes, nos festins poderá ter grande parte da sua causa.

Em comunicado, afirma-se preocupado com o crescente número de infectados, tenta afastar suspeitas do Cubo Mágico, terminando com esta pérola:

“De resto, o Município esclarece e assinala que o referido aumento de casos de contágio não tem qualquer relação causal com as actividades culturais, de animação urbana ou de promoção económica empreendidas no âmbito do programa CUBO MÁGICO, sendo este um “plano B” seguro, prudente e responsável, razão que justifica e explica a sua continuidade.”

É preciso ter lata!

 

(Foto DR)

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Publicado em Editorial