As festas do Boris

A água e o azeite não se misturam e este vem sempre ao de cima. Neste caso e perante o CV de Boris, era apenas questão de paciência para se saber quando é que surgiria a tal “escorregadela”, o tal desacato… quando cairia a máscara ao líder do “regressismo”.

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  • 22:46 | Sábado, 15 de Janeiro de 2022
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No decurso dos séculos, a Inglaterra tem sido pródiga em personagens bizarras, excêntricas, “serial killers” até como Henrique VIII e mesmo genialmente controversas como Churchill.

Boris Johnson, o primeiro ministro conservador, o funcionário executivo do Brexit, a “Barata” do grande escritor britânico Ian McEwan (The Cockroach, 2019), no livro com o mesmo título, o discípulo de Trump, o fã de Bolsonaro, o antigo jornalista correspondente em Bruxelas, conhecido pelas suas intrigas e “fakes”, o líder dos conservadores, um dos homens mais despenteados do Reino Unido, é também um fervoroso adepto de umas grandes festanças semanais no nº10 de Downing Street.

Não somos fundamentalistas e convimos que uma equipa de trabalho, seja onde for, tem todo o direito de chegar às sextas-feiras, após uma stressante semana de labuta, e de beber uns copos para descontrair.


 

 

Mas… fazê-lo quando o país e o povo que “servem” está a viver uma situação de calamidade pandémica; quando é deste duro núcleo que saem as medidas mais drásticas de contenção, isolamento, fecho de pubs, interdição de festas, etc.; quando o seu país atinge números dramáticos de vítimas do Covid19; às escondidas dos seus cidadãos; provavelmente à custa do erário público; no dia da morte do príncipe Filipe, marido da soberana Elisabeth; num período de luto nacional; com dezenas de convivas, sem quaisquer mediadas das tão duramente impostas aos ingleses… convenhamos e por mais desculpas e arrependimentos que o Boris venha, acossado e em vias de perder o lugar, proferir aos microfones, não passam de desculpas vãs na tradição do compungindo e palavroso arrependimento inglês.

A água e o azeite não se misturam e este vem sempre ao de cima. Neste caso e perante o CV de Boris, era apenas questão de paciência para se saber quando é que surgiria a tal “escorregadela”, o tal desacato… quando cairia a máscara ao líder do “regressismo”.

Esta semana foi-lhe fatal e, mesmo se por denúncia de um seu ex-braço direito escorraçado ou qualquer outro, o certo é que está à vista a massa da qual este “prime minister” é feito.

Cheers Boris…

 

 

(Fotos DR)

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Publicado em Editorial