Desde o dia 14 deste mês que as cadernetas bancárias só servem para consulta de saldos e movimentos.
Isto prende-se com uma directiva europeia de pagamentos que não as entendeu seguras.
A CGD é o banco com maior número de clientes condicionados com esta limitação. São 300 mil. Fundamentalmente idosos, pensionistas e reformados que toda a vida utilizaram este meio. A CCAM e o Montepio também usam cadernetas, mas o número de clientes não é tão alargado e deram respostas alternativas mais céleres. Que a CGD tarda a dar.
Talvez por isso, e como mero exemplo o de Viseu, com redução de balcões e de funcionários a criar o quase pânico nos seus clientes, para os quais não consegue emitir atempadamente os cartões de débito previstos para substituição da caderneta. Os quais, além de serem impostos, são pagos ao fim do primeiro ano.
Na sede da CGD de Viseu há clientes a precisarem de informação, a carecerem de dinheiro e a resposta são demoras de 3 ou mais horas para obterem uma resposta final do tipo: “Vai receber o seu cartão pelos correios, não se preocupe.” Porém, hoje, dia 23 de Setembro, quase uma dezena de dias após, tal ainda não aconteceu para a maioria dos utentes.
É este o milagre do Sr. Macedo, o eficaz cobrador de impostos, o milagreiro da saúde, por alguns apodado de “coveiro do SNS”: “fabricar” milhões à custa dos mais carenciados, dos mais limitados, dos mais indefesos… e esses são a maioria dos clientes CGD, não são os berardos & companhia, como por exemplo a Artlant-La Seda, a Acuinova-Pescanova, a Reyal Urbis, a Finpro, o Grupo ES, Vale do Lobo, etc., etc., etc….
O sr. Macedo não se preocupa com a qualidade dos serviços prestados nem partilha da opinião de que o cliente está em primeiro lugar. O sr. Macedo é uma “máquina” de fazer dinheiro à custa de métodos pouco complacentes com o cidadão comum. Provou-o na AT e no SNS. Está a prová-lo na CGD.
É evidente que a a directiva europeia PSD2 feita legislação nacional pelo Decreto-Lei nº 91/2018, de 12 de Novembro não é da responsabilidade do sr. Macedo.
É-o sim uma transferência pacífica, ordenada, disciplinada, atempada e eficaz desta inevitável transição. O que não soube, não quis ou não foi capaz de fazer, imerso no seu “bunker” e rodeado de mordomias sibaríticas.
Estes constrangimentos não o afectam nem aos seus quadros superiores. Vítimas deles são centenas de milhares de portugueses e milhares de funcionários de agência, à beira de uma crise de nervos, pois só têm 2 mãos, mas trabalho para 8…
O sr. Macedo mandou enviar esta nota aos seus clientes:
“A partir de 14 de setembro, a nova Diretiva Europeia de Serviços de Pagamento não permite as operações de pagamento com a caderneta nas máquinas das áreas automáticas. Assim, pode continuar a utilizar a sua caderneta para consulta de saldos e movimentos, mas a realização de levantamentos, depósitos, transferências ou pagamentos nas áreas automáticas só será possível com cartão de débito”.
Esta info, para muitos milhares de utentes, gerou mais receio do que esclarecimento. Por isso as longas filas sem capacidade de resposta. Por isso a incapacidade de emissão atempada dos cartões. Por isso a certeza de se lesarem muitos clientes, principalmente uma classe fragilizada e desprotegida, merecedora de redobrada atenção.
Acrescenta ainda esta “pérola”, que para a maioria dos utentes significa mais uma “ratada” na magra pensão auferida:
“Se aderir até 30 de setembro beneficia da isenção da comissão de disponibilização do cartão no 1º ano, ou, se optar por aderir à solução multiproduto Conta Caixa (onde se inclui o cartão de débito), está isento das primeiras quatro comissões mensais de manutenção de conta”.
O sr. Macedo é de facto um “milagroso curandeiro”. Mas apenas para os nédios accionistas do banco público, Estado incluído. Enquanto isto, a responsabilização dos anteriores gestores/administradores do “buraco Caixa” permanecem sorridentes ao abrigo de uma solidariedade / impunidade corporativa.
São colegas, não é sr. Macedo?
Paulo Neto