António Borges e as "super-mulheres"

Sabemos que na política pouco do que parece é e pouco do que é parece… ser aquilo que gostaria de parecer. O comendador António Borges, o homem das águas do Douro e Paiva, o lídimo presidente da Federação do PS Viseu, o ex-autarca mor de Resende, o ex-deputado que deixou o cargo por mais auspiciosos […]

  • 12:41 | Domingo, 23 de Junho de 2019
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Sabemos que na política pouco do que parece é e pouco do que é parece… ser aquilo que gostaria de parecer.

O comendador António Borges, o homem das águas do Douro e Paiva, o lídimo presidente da Federação do PS Viseu, o ex-autarca mor de Resende, o ex-deputado que deixou o cargo por mais auspiciosos voos, o comendador medalhado por Cavaco no dia da raça, em Lamego, se andou algum tempo rendido ao “low profil” dos conselhos de administração, volta agora, em força (timing oblige), como um “superman“, fazendo-se fotografar, de braço dado com as que designa, numa rede social, de “três super-mulheres”. Charmoso, este Borges.

É a “happy pic” de circunstância, quase estilo “Marcelo-selfie” onde cada figurão tem o seu efémero momento de glória. Claro que aqui não é o caso…


Quem não se lembra daquela “super-mulher”, Maria de Lurdes Rodrigues, a “fada-má” da classe docente no tempo de José Sócrates. Aquela ministra que, na AR, quando confrontada com perguntas incisivas por parte da oposição, sem resposta plausível, deu em “chorona”?

Enquanto docente que ainda fui no tempo dessa “super-ministra” senti com toda a assertiva clareza quanto a classe sofreu às mãos das suas “reformas”. E se bem me lembro não foi ela, também, a “super-mulher” do polémico Parque Escolar? Enfim, cumulada de sinecuras doiradas, foi nomeada pelo amigo Sócrates para Presidente da Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento (FLAD). Reitora do ISCTE-IUL, pelo caminho não deixou de ser condenada a três anos e meio de prisão com pena suspensa por contratação de um colaborador, por ajuste directo, acabando por ser ilibada noutra instância judicial. Super!

Ou seja, para as coisas ficarem equilibradas e na nossa modesta óptica, há no “retrato” um pequeno erro de “casting”, o “super-Borges” e a “super-Lurdes”, estarão a mais na rotulagem e  até na efusiva manif de amizade, mais sendo provável que duas das “super-mulheres” nem com chá, mel e torradas o consigam gramar…

De qualquer modo, com a lista para deputados a sair da fornalha férvida onde coze a altíssimas temperaturas, Borges está “ very in”, pois como presidente da Federação local, muito tem a dizer na constituição da dita, para a qual existirá uma longa fila de putativos (as) candidatos (as), que se estende da Cava do Viriato até à Capela das Aparições, em Fátima… Só “super-mulheres” sendo pelo menos quatro com hipótese, de entra duas dezenas: Rosa Monteiro, Marta Costa, Lúcia Silva, Marisabel Moutela, sem falar nos super-homens José Rui Cruz, João Paulo Rebelo, o representante da Jota e mais um quarteirão deles, incluindo o próprio António Borges, que pode voltar às lides parlamentares para, depois, deixar o mandato a meio, se assim lhe der na real gana.

Quando o distrito perde um deputado (de 9 para 8 por recuo demográfico), o CDS-PP poderá ter aqui a sua oportunidade, se o PS apresentar uma “lista da treta”.

Paulo Neto

(Foto DR)

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