A onda de violência, ao mais puro estilo dos guetos de Nova Iorque, de Xangai ou de Moscovo, intensifica-se num Portugal de brandos costumes e idiossincrática placidez.
Os jovens, talvez no mimetismo das imagens que vêem nas séries de violência que singram nos ecrãs, começam a matar por dá cá aquela palha, esfaqueando a esmo quem os contraria, pontapeando quem lhes resiste, em plena luz do dia e sem receio de testemunhas ou da justiça. Ao lado desses, campeiam alguns seguranças de certas discotecas, que têm de expirar a testosterona e o músculo inspirado nos ginásios, agredindo ou até matando a murro quem ousa interpelá-los.
Qualquer dia, os milhares de turistas que nos procuram, entre outros motivos, pelo pacífico ambiente cá vivido, por culpa de meia dúzia de energúmenos, elegerá outro país para veraneio. O que é o menos, o mais sendo esta brutalidade pulsante e latente que amanhã pode vitimar um de nós ou dos nossos.
Por outro lado, enquanto a justiça for branda e enquanto as forças policiais forem continuamente desautorizadas, a impunidade crescente aumentará no dia a dia de cidades outrora calmas, afectivas e acolhedoras.
O que o faz desdobrar-se eufórico em comunicados, lá no assento dourado que ocupa em Bruxelas, concedido pela magnânima mão de Rui Rio.
Atrás dele, ávidos de um novo líder que lhes dê afagos e atenção, o séquito enorme dos “encalhados” da política, esfregando as mãos de ansiedade, bebem com deleite o “agora é que vai ser” que tanto jeito lhes dará.
No CDS, a alma gémea é Nuno Melo, talvez com saudades da pátria e nesse duro exílio geminado com Rangel, tirada da gaveta a sua contumaz agressividade, desdobra-se em acusações ao “Xicão”, líder democraticamente eleito do seu partido.
Assentou arraiais a “guerrilha civil partidária”…