Álvaro Bonito

O Álvaro partiu cedo, com 64 anos e muito para dar. Ao IPV, que sempre serviu com honradez, aos alunos dos quais era diligente Provedor, à sua Família e aos seus amigos.

  • 9:55 | Sexta-feira, 06 de Maio de 2022
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Ontem, o dia apresentou-se tristemente ditado pela infausta notícia do falecimento de um Homem de bem.

Profissionalmente, na Academia, desempenhou com honradez, rigor, empenhamento, inteligência, eficácia e competência vários cargos. Não é a essa a faceta que dele mais lembro.

Recordo, sim, a sua afabilidade, a sua discrição, o seu sorriso quase tímido, as suas conversas em tom pausado, a sua sagacidade, o recatado e cordial bom humor, o brilho irónico do olhar, a perspicaz opinião, a aparente serenidade, a lucidez das suas ideias, a amistosidade, o modo comedido e sábio de ser e de estar.

Havia um triângulo, ontem fechado, de três Álvaros. Um no Sátão, outro em Silgueiros. E o Álvaro Bonito


Entre eles e a despeito da diferença de idades, existia um ténue e remoto traço de parentesco. O Álvaro do Sátão era meu pai. O Álvaro Bonito era meu amigo. Primo, dizíamos nós, na brincadeira quando íamos à bica no café do bairro, ou quando, noutros tempos, almoçávamos por Lamego.

O Álvaro partiu cedo, com 64 anos e muito para dar. Ao IPV, que sempre serviu com honradez, aos alunos dos quais era diligente Provedor, à sua Família e aos seus amigos.

Mas não partem sempre cedo, os Homens bons?

 

(Foto DR)

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Publicado em Editorial