Mais um caso polémico ocorrido numa faculdade de Direito, em Portugal.
Desta feita, a cena passou-se na FDUP e com uma discente (aquela que recebe) a quem um docente (aquele que dá) recusou entregar um exame por achar que a aluna estava “muito destapada”.
Não sabemos o grau do destapamento. Iria em fato de banho? Ou apenas com uns lúbricos calções, sensual top e voluptuosas chinelas?
É evidente, como dizia Anaïs Nin, que “cada um vê o que tem dentro da cabeça”. O docente viu, provavelmente indecência num corpo que considerou “destapado” e, vai daí, em nome dos sãos princípios de há séculos, na sua autoridade de “magister”, terá julgado indecoroso o jovem corpo, pela “carne” que à sua atenta vista revelava. E terá ficado perturbado ou terá tido receio de se perturbar pelo “exposto” e à vista…
Esta história, numa Faculdade de Direito, onde se estudam leis e se preparam jovens para num futuro administrarem isenta e recta justiça é propiciadora de três questões.
Como são escolhidos os professores das faculdades de Direito deste país? Provavelmente pelo seu mérito. Será?
Como é avaliada e monitorizada a sua prática docente? Provavelmente pelos resultados de sucesso obtidos. Será?
Um professor carece de conhecimentos científicos para transmitir conhecimento. Mas também da adequada pedagogia e didáctica, que é a arte de ensinar. Terá a maioria tal fundamentado saber?
As direcções das faculdades de Direito deste país decerto funcionam segundo normas, estatutos, preceitos legais… Decerto. Este caso, pelas repercussões mediáticas, levou a um célere agir. E aqueles que não têm tal holofote?
Todos nos lembramos de ter professores autocratas. Eu lembro-me de alguns na FLUC e na FLUL. Mas também me recordo das muitas histórias, nos anos 70 e 80, acerca de alguns “famosos” e “façanhudos” docentes da FDUC…
Mas isso foi há meio século. Ou não?