O presidente da câmara de Viseu, Almeida Henriques, à semelhança do seu eventual alter-ego, o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com as visitas ao Palácio de Belém, inaugurou as visitas guiadas aos Paços do Concelho. E muito bem. Quem abre as portas é transparente e franco anfitrião.
As próximas poderiam ser à abandonada Aguieira, aos desleixados jardins do Fontelo ou à “histórica” Rua das Bocas… e etc.
Diz ele que para os munícipes poderem conhecer “as histórias por detrás dos retratos e painéis de azulejos”.
Na nossa humilde opinião e enquanto munícipes pagadores de caros impostos, gostaríamos mais de conhecer outras “histórias”, nomeadamente as concernentes ao programa autárquico deste executivo; despesas públicas mais minuciosamente apresentadas; novos silos de estacionamento para breve – dizem – previstos no centro da cidade onde está o de Santa Cristina às meias moscas; milhões para as coberturas do Mercado 2 de Maio; a silenciosa revolução das águas de Viseu; a marca Viseu e a Feira de S. Mateus; as verbas gastas em “pantagruelices” vínicas; em megalomanias abortadas como a de grafitar o prédio da Segurança Social; festivais e mais festivais – Viseu até chega a parecer o Coliseu do tempo de Nero e, cereja em cima do bolo, gastos e obras de cariz social, para além da esmolinha para os óculos ou para a prótese dentária…
Este mimetismo ridículo do presumível “líder do Centro”, esta cópia atabalhoada à escala 1/18, como nos “popós” da Solido ou da Burago, deixa-nos a sorrir, mas num sorriso esforçado, entediado, com os músculos já doridos do esgar ou ricto feito.
Todos os dias, a grande equipa dos altíssimos assessores de imagem, comunicação e outras quejandas parlapatonices sonham com um mais um motivo para atiçarem os holofotes, fazerem agenda e gerarem mais um plof circense.
O Compadre Zacarias até referiu que Marcelo Rebelo de Sousa terá agendado a sua deslocação a Moçambique mal soube que António Almeida Henriques estaria por lá… Será possível?
Quem ganhará afinal esta ranhada disputa?
Nota – O RD faz um pedido: deixe de nos dar motivos para sobre si escrevermos. Dê-nos tréguas. É que temos tanto assunto em lista de espera…