Almeida Henriques e o verniz da loja dos trezentos

As isotopias são nem mais nem menos que imagens obsidiantes… Decerto que esta possível candidatura de João Azevedo se tornou para ele uma delas. Porém, com uma vida inteira trilhada pelos corredores da política, já devia ter aprendido alguma coisa e ganho a sensatez necessária.

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  • 22:20 | Quinta-feira, 28 de Maio de 2020
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Na reunião do executivo camarário de Viseu, realizada hoje por videoconferência, o presidente da edilidade, António Almeida Henriques, na sequência de uma intervenção do vereador Baila Antunes eleito pelo Partido Socialista (PS), no desabrimento dos sem-razão saiu-se com esta bela pérola: “O PS (oposição em Viseu), não vos deve achar muito competentes (Vereadores do PS na CMViseu), porque sei que a vossa competência não foi suficiente para que nenhum de vocês fosse escolhido para ser o meu adversário nas próximas eleições. Tiveram de importar a Mangualde uma pessoa para ser o candidato”, referindo-se à putativa candidatura de João Azevedo, ex-presidente da Câmara de Mangualde e actual deputado na Assembleia da República, eleito pelo distrito de Viseu.

Com esta saída mal-amanhada e incontida, deixou falar o subconsciente e provou o incómodo que tal putativa candidatura lhe causa. Mais, mostrou o medo que ela lhe provocou e à sua (ainda) possível recandidatura em 2021, estando ainda a procissão na sacristia.

Nunca terá sido de grande qualidade o verniz usado por Almeida Henriques para colorir e “adoçar” as unhas. É que pela evidência dos factos se constata que lhe estala com facilidade, com boçalidade, com arrogância e com regular recorrência, mormente quando se sente acossado e/ou confrontado com legítimas questões às quais não lhe agrada responder (vá-se lá saber porquê…!).

A chegar ao fim do 2º mandato com um caderno de encargos repleto de incumpridas promessas eleitorais, percebe-se com nitidez o seu desconforto e as suas “fugas para diante”.


As isotopias são nem mais nem menos que imagens obsidiantes… Decerto que esta possível candidatura de João Azevedo se tornou para ele uma delas. Porém, com uma vida inteira trilhada pelos corredores da política, já devia ter aprendido alguma coisa e ganho a sensatez necessária para não dar o flanco com tanta e tal facilidade.

É que assim põe-se muito a anedótico jeito…

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Publicado em Editorial