Almeida Henriques e as ministras do Costa

Almeida convida-as para inaugurar calçadas, e elas vêm, porque, talvez tenham presente que, e segundo o autarca: “As áreas de Governação são muitas e diversificadas. Em todas elas, mesmo com os constrangimentos dos tempos de Pandemia, estamos a trabalhar para a sustentabilidade de uma cidade região que continua a ser o Farol no Interior do País.”

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  • 10:00 | Quinta-feira, 25 de Junho de 2020
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Através de um documento assinado pelo autarca viseense para auto encómio e a ser lido na próxima reunião de 26 de Junho da Assembleia Municipal, ficámos a saber que as ministras do Costa gostam de Almeida Henriques e este, reconhecido, gosta das ministras de Costa. Ou seja, uma união feliz.

Uma relação maravilhosa e pródiga. Ele chama-as e elas vêm gabá-lo. Talvez por virem de longe e estarem distantes da realidade, nem saberão ao que acorrem. Todavia, o discurso chapa 5 escrito por um qualquer assessor e por elas proferido, deixa embevecido o destinatário local que, e muito bem, do louvor faz adequada medalha ao peito logo colocada.

Almeida convida-as para inaugurar calçadas, e elas vêm, porque, talvez tenham presente que, e segundo o autarca: “As áreas de Governação são muitas e diversificadas. Em todas elas, mesmo com os constrangimentos dos tempos de Pandemia, estamos a trabalhar para a sustentabilidade de uma cidade região que continua a ser o Farol no Interior do País.”


Talvez seja por isso que o governo que Almeida Henriques critica aos 7 ventos o visita amiúde, por gostar de “faróis”, ver a luz e para o elogiar como se cita: “Nestas últimas semanas tivemos mesmo várias visitas de Ministras do Governo que elogiaram o caminho tomado pelo Município em diversos vetores de Governação.”

Que bom deve ser e saber o elogio de quem tanto criticamos…

E enquanto, na onda da louvação escreve panegíricos deste teor: “Apesar do momento delicado que vivemos, não abdicamos de uma visão de cidade. Mantemos a aposta na criação de um ecossistema de qualidade de vida, não desistimos de uma política de captação de investimento, que traz riqueza, cria postos de trabalho e fixa pessoas”… vai elencando as ministras que chegam a inaugurar reformulação de passeios e lugares de estacionamento, 50 metros de calçada e afins:

“A sessão decorreu na Casa do Miradouro, que acolhe este novo serviço, e contou com a presença da Ministra da Cultura, Graça Fonseca.

Aproveitámos, também, a presença da Ministra da Coesão Territorial e da senhora Presidente da CCDR Centro, Isabel Damasceno, para inaugurarmos as obras de requalificação da rua João Mendes, obra emblemática do nosso Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano. O investimento ascende a 543 mil euros e a intervenção 14 assentou num novo desenho urbano, melhoria do acesso pedestre, e reformulação de passeios e lugares de estacionamento.”

A ministra Abrunhosa, sempre rendida à excelência de Almeida Henriques, não se fica parca no encómio “estratégico” da obra, que talvez, só ela vislumbre:

“A senhora Ministra reforçou o quão estratégico é o Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano de Viseu e como se posicionou desde início como um dos melhores Planos Nacionais de Desenvolvimento Urbano.”

Sempre a receber ministras, isto é excesso de “charme”, logo chega outra comitiva, desta feita como “testemunhas”:

“Dois dias depois de recebermos a Ministra Ana Abrunhosa, foi a vez de nos visitar a Ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, pela Secretária de Estado da Inovação e da Modernização Administrativa, Maria de Fátima Fonseca, para testemunharem a assinatura do protocolo com a Agência para a Modernização Administrativa, que transferiu para o Município a gestão da Loja do Cidadão de Viseu.”

Os viseenses devem pois pôr aqui os olhos e reflectir que se o enaltecimento vem do governo e se o governo não é da cor política do nosso Almeida, a hosana do poder central só pode visar a glorificação deste ufanoso herói do poder local.

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