A desmemória é a doença do século. E não é preciso que seja a velhice a provocá-la. Basta olharmos em redor e percebermos – talvez para nossa defesa – como facilmente esquecemos as afirmações de muitos políticos da nossa praça, mesmo e quando essas afirmações faziam parte de um programa eleitoral, de um intento e de uma promessa para serem eleitos.
Em Maio de 2013 António Almeida Henriques dá uma entrevista a um jornal do qual eu era director, entrevista essa na qual se colhem pérolas raras, tais como:
“Quero ficar com o meu nome associado ao regresso do comboio a Viseu”;
“Irei construir uma lista de grande qualidade. Viseu merece o melhor de nós”;
“O mandatário de honra da minha lista será o dr. Fernando Ruas”;
“Só há uma forma de criar emprego: é através de dinâmicas empresariais de criação de riqueza”;
“Uma das questões que me proponho desenvolver (…) é criar o Viseu Investe”;
“Proponho-me também criar o Conselho Estratégico para o Desenvolvimento de Viseu”;
“Trabalhar numa lógica intermunicipal e de cooperação regional é também decisivo”;
“Eu abandonei a Gabiforma, ou saí da sua administração, um ano e meio antes de ter acontecido o seu processo de insolvência”;
“Eu estava na presidência da AIRV quando a Lusitânia foi criada…”;
“Outra vitória que me deu muito gosto foi o programa Revitalizar”;
“Aliás um dos aspectos que proponho na minha candidatura é criar um Gabinete de Apoio às Famílias Endividadas e em Dificuldades”
(…)
E semelhantes a estas “pérolas”, há muitas mais para redescobrir. Há muito mais para relembrar. Há muito mais para perguntar em nome da coerência…
“E então? Cadê’ele(a)s?
Paulo Neto