Se não fossem os custos, devíamos ter eleições anualmente.
Passos Coelho & companhia, conscientes da sua proximidade, cozinharam uma proposta para o Orçamento do Estado 2015 que já prevê um crescimento económico de 1,5% e um abaixamento do défice para 2,5 do PIB.
Já sabemos como eles são “infalíveis” nestas futurologias!
Mas não ficam por aqui e para culminar certinho com as legislativas, propõe-se baixar os impostos. O quê? É verdade. Será pela força da gravidade?
O primeiro vai ser o IRS, descendo de 3,5% para 2,5% mas numa condição: que a receita fiscal suba.
Não, não é um paradoxo, pensa-se atingi-lo pela continuada luta contra a evasão fiscal.
E aqui, louvados todos os esforços, a dúvida reside na persistente impunidade das grandes fortunas, na fuga ao fisco para os paraísos fiscais, os offshores à mão de semear de qualquer banco ou investidor, mas fora do alcance da AT.
Vá-se lá saber porquê!
Também é previsto baixar o IRC. Essa famigerada e injusta taxa sobre o consumo descerá dos absurdos 23% para (ainda absurdos) 21%.
A luta foi morosa e renhida e parece que a digladiação só teve fim após 18 horas de combates, embora à saída os semblantes fossem mui risonhos.
Portas ri-se também? Com 6% de intenções de voto nas últimas sondagens e em último lugar do leque partidário, não terá muito de quê. Mas…
Certo é que todos estes sacrifícios/saques cirurgicamente desencadeados — porfiada e eficientemente sobre os mesmos — deram uma “almofada” (gosto da metáfora, ao estilo: “encosta a tua cabecinha ao meu ombro e chora”) de 9,4 mil milhões de euros que, alegam eles, ainda assim são insuficientes para as necessidades estimadas em 15,2 mil milhões.
O certo é que estas “necessidades” não param de crescer e se, em 2015, à boca das urnas, ficarem “pasmadas”, tal será apenas por um breve lapso temporal, pois eleições passadas tudo voltará ao pior, a não ser que…