Afinal quem não quer a EN 229?

João Azevedo, o impulsionador com sucesso desta infraestrutura, afirma: “A questão agora é só esta: se o projecto está pronto e finalmente dá resposta aos desejos de todos nós, porque é que as duas autarquias, de Viseu e do Sátão, não chegam a acordo com a IP?”

Tópico(s) Artigo

  • 13:48 | Quarta-feira, 22 de Julho de 2020
  • Ler em 2 minutos

Surgiu nas redes sociais um documento subscrito pelo candidato PS à autarquia viseense, João Azevedo, intitulado: “A EN 229 é uma obra prioritária para qualquer decisor político”.

Ninguém pode estar em desacordo com esta asserção…

Por ele ficámos a saber que as Infraestruturas de Portugal (IP) têm o projecto concluído e que esperam a disponibilidade dos autarcas de Viseu, Almeida Henriques e do Sátão, Paulo Santos para a sua assinatura e consequente lançamento da obra.


Mais, este projecto contempla ainda, além da 229 de Viseu ao Pereiro, a nova variante em território municipal que vai da zona industrial do Mundão ao nó do Caçador. A qual, naturalmente, é uma preciosa mais-valia para todos os empresários ali sediados e que é mais uma obra falhada da autarquia viseense, que teria essa obrigação..

Durante anos a remodelação da EN 229 foi um anseio acalentado pelo então presidente da Câmara do Sátão, José Vaz. Se bem me lembro, em tempos de governo PSD, este autarca ameaçou mesmo demitir-se se a obra não fosse feita. Não foi e não se demitiu. Porém, zelador da coisa pública, deve agora decerto regozijar-se por a obra vir a ser feita no mandato do seu sucessor, Paulo Santos.

João Azevedo, o impulsionador com sucesso desta infraestrutura, afirma: “A questão agora é só esta: se o projecto está pronto e finalmente dá resposta aos desejos de todos nós, porque é que as duas autarquias, de Viseu e do Sátão, não chegam a acordo com a IP?”

Boa pergunta…

Convém notar que “o empreendimento a desenvolver entre Viseu e Sátão prevê a execução de uma Variante à EN 229 num primeiro troço e a requalificação do restante troço da Estrada Nacional até à proximidade do Sátão. Ou seja, do cruzamento do Pereiro à ZI de Mundão, num total de 9 quilómetros. É a designada “Requalificação da EN229 entre a ZI Mundão e Sátão” – Custo de Obra estimado em cerca de 3,3 M€ para a obra, sendo 0,26 M€ para expropriações. Acresce a variante à EN229 – Ex-IP5 / ZI Mundão – com o custo estimado em cerca de 8,8 M€ para a obra, sendo 1,32 M€ para expropriações. “

Mais se conhece que o “previsto montante global das duas requalificações é de 13,68 milhões de euros.” Sabe-se ainda que “face aos custos da obra, a IP pretende das autarquias uma comparticipação de 1,8 milhões de euros.”

Estes valores poderão até ser negociáveis e as duas autarquias ficarem apenas com o custo das expropriações… Pena é que, finalmente, este anseio de todos fique em banho Maria por teimosia ou má vontade política de Almeida Henriques, aquele que nunca conseguiu luz verde para a obra e agora, se deve sentir incomodado porque outro player, João Azevedo, encontrou e reuniu as sinergias para o seu sucesso.

A outra eventual hipótese é a CMV não ter dinheiro para pagar a sua parte, por o despender perdulariamente em festarolas sem qualquer retorno palpável e visível, como é do exaustivo conhecimento público.

 

(Foto DR)

Gosto do artigo
Palavras-chave
Publicado por
Publicado em Editorial