Se e quando a Justiça tira a venda, deve ter a capacidade de olhar frontalmente, com um olhar limpo, os cidadãos que nela acreditam.
O Conselho Superior da Magistratura, o Sindicato dos Magistrados, o Observatório da Justiça e os milhões de portugueses, aqueles que acreditam, com inabalável fé, num estado de direito e democrático, gostariam de ver limpo o nome da Justiça nacional.
Supostos pilares da instituição na qual todos devemos acreditar, ao mais alto nível, mostraram vestir mal a toga que lhes investe o poder de julgar e lhes outorgam muitos direitos e outros tantos deveres.
A celeridade imperiosa no cabal apuramento dos eventuais casos que a maculam, o julgamento modelar de quem prevaricou, assim como a profilaxia exemplar para obviar à não repetição de situações análogas, é fulcral para, se lhe cair a venda, a possamos encarar, olhos nos olhos, certos de que a balança não pende só para alguns.