Nestas eleições autárquicas quase tudo correu bem a Rui Rio e, como o próprio afirma, todos os objectivos que ele e a sua equipa tinham definido se cumpriram. “Excelente!”, diz ele. E nós acreditamos.
Quando os seus opositores políticos internos, de garra afiada, já tinham mão na aljava do punhal – Montenegro, Rangel, Carreiras, Meneses, Pinto Luz, Maria Albuquerque, Moedas, etc. – a vitória nas câmaras de Lisboa e Coimbra e o aumento do número de autarquias ganhas (no distrito de Viseu, Lamego e Nelas são disso paradigma) fizeram esquecer outros desaires e o ainda distanciamento a que, neste contexto, está do partido socialista com 149 vs. 114 câmaras.
Rio está feliz e com razão. Julgavam-no moribundo e, afinal, está rijo e de boa saúde. Outros andarão tristonhos. Entre eles o deputado Pedro Alves, presidente da CPD do PSD, o “Meirinho” de Ruas, o homem forte de Montenegro no terreno e putativo sucessor de José Silvano. Vai ter que esperar mais uns tempos, pelos vistos…
Rui Rangel, por seu turno, da sua doirada sinecura em Bruxelas, acha que deve fazer, nas suas palavras “uma análise fina e detalhada” dos resultados porque “A seu tempo, virá o ciclo eleitoral normal do PSD e, aí sim, cada militante será chamado a assumir as suas responsabilidades.”
Na sua coluna do jornal “Público” reitera ainda: “O tempo é agora de, saudavelmente e com os pés na terra, celebrar este momento político” e vai falando, de modo vago mas assertivo nos “desafios substantivos” para os quais se acha decerto talhado, ele que já em 2010 tentou a sua sorte, sem sucesso, contra Passos Coelho. Outro que vai ter de esperar…
Rui Rio, com o alento ganho, tirou o tapete de baixo dos pés aos seus muitos adversários internos e mostrou, sem equívocos, que não é homem para sair de empurrão, afastando-se apenas pelo seu pé, quando achar chegado o tempo de o fazer.
(Fotos DR)