Venturosos são os filhos de um tempo em que, enfim e afortunadamente, cada vez mais são os lúcidos cidadãos conscientes de seus direitos.
Só uma criatura deles conhecedor é capaz de os respeitar para si e para os outros e do inconformismo que o leva à luta contínua para os preservar, no íntegro respeito pela Constituição e pela Declaração Universal dos Direitos Humanos que lhos consignaram.
Para isso foram necessários séculos de porfiadas pugna, imensos sacrifícios, muitas penas, mais castigos…
Têm a liberdade, mas não a querem de igual modo para todos.
Falam muito de igualdade, mas somente e apenas para os eleitos da sua tribo e os privilegiados da sua casta.
Quanto à fraternidade, usam-na como bandeira, fundamento e credo de facções e seitas restritas auto erigidas num eugenismo e arianismo tão cíclico quanto fatal e cimentado com o sangue de milhões de inocentes vítimas.
E porém, como impor-lhes, em Democracia, a aceitação dos seus deveres quando só clamam por seus elitistas direitos?
Como desmascarar os titerineiros das supremacias étnicas, religiosas e ideológicas? Aqueles que não aceitam a diferença e nunca entenderam que ela é, na sua pluralidade, o esteio e a base da riqueza social e antropológica?
Como alertar a consciência colectiva, cada vez mais alheada e acrítica, para a cavilosa fraude e o sofisma edulcorado da retórica dos profetas da desgraça, ódio e desrazão?
As más classes dirigentes, de todos os espectros políticos vigentes, viciadas e acomodadas nas suas doiradas sinecuras, deram-lhes voz e concederam-lhes palco à difusão tonitruante do seu triunfalismo populista.
Estes são os filhos bastardos daqueles, gerados das vis práticas e, em derradeira instância, o rosto hipócrita da sua culpa e punição.
Infelizmente, essa punição é colectiva e não dirigida aos procriadores, aqueles que mais falharam, pagando todo um povo e uma nação pela sua mais que indigente, abusiva e lesiva acção.