Ninguém quer ser velho nem doente.
E se esta asserção é válida para todos os imemoriais tempos, é-o mais nos dias que correm.
O maior número de vítimas da pandemia que assola o mundo são os mais idosos. Faixas etárias de risco acima dos 65 anos, pois com menos defesas e menor imunidade.
A falta de saúde nunca agradou a ninguém. E se a todos chega, mais asinho apouca os mais velhos.
Desde a Antiguidade que o culto do mens sana in corpore sano foi lema e mote da mais aperfeiçoada educação dos jovens. A falta de saúde associa-se à decadência física, e não obstante atacar jovens e velhos, é marca maior da decrepitude e da senescência.
Se as novas tecnologias trouxeram consigo maior esperança de vida e inquestionáveis avanços e invenções para o combate eficaz às mais diversas patologias, o covid 19 veio, de súbito, provar e evidenciar as fragilidades no sector vital que é o da Saúde e a indignidade e indigência concedida aos mais velhos, em muitas casas ditas misericordiosas e eufemisticamente chamadas de lares.
Acresce o comportamento de risco de milhões de inconscientes e de inscientes. Aqueles porque não conseguem abdicar do glamour intimista de festas e discotecas chiques das urbes, estes, no Portugal mais profundo, ouvindo balir as cabras, ganir os canitos e uivar os lobos, votados ao abandono e ao esquecimento… até dos básicos comportamentos defensivos, de um vírus em vias de chegar às mais remotas aldeias do nosso Portugal.