Queixam-se os que sabem da matéria que num futuro próximo vão escassear os professores.
Talvez no porvir as crianças já nasçam com um chip de ensino, ou sejam ensinadas pelo Google ou pelo Yahoo… e os professores deixem de existir.
Alertam escolas e sindicatos que há ainda mais de 2.000 horários por preencher,
Revoltam-se com razão os docentes por serem de Monção e terem sido colocados em Aljezur ou serem de Portimão e terem sido colocados em Bragança.
Mal pagos, por colocar ou mal colocados, tornados uma espécie de burocratas ao serviço do “eduquês” procriado por iluminados da treta, os mais velhos reformam-se com penalização, os mais novos recusam investir numa carreira ingrata e sem reconhecimento público, social e oficial.
Mas o pior de tudo são os horários com os quais a tutela raramente acerta, enrodilhada num processo absurdamente centralista e centralizado de colocações.
E depois admiramo-nos de cada vez haver menos candidatos para a carreira docente. Ou daqueles que definitivamente e com alívio lhe viram costas, como aquele professor de educação física que há dias deu seu testemunho numa “grande reportagem”, cansado de correr “ceca e meca”, apostou em tirar a carta de maquinista de comboios, ganhando o dobro do ordenado que usufruía e tendo encontrado estabilidade profissional e familiar.
E o mais estranho disto é não aparecer um ministro da Educação capaz de reconhecer este problema, sem demagogias nem populismos e com coragem e empenhamento para proceder à dignificação da carreira, começando pela estabilidade profissional que decorre de uma colocação geograficamente lógica e atempada.
Sem falar no resto…