Há uns tempos, o governo muito preocupado com o ambiente, criou uma comissão composta por 10 “sábios” que vai apresentar até final de Setembro os resultados de 10 cabeças muito pensantes a multiplicar por vários meses de árdua investigação. Para já, apresentaram o pré-projecto…
É por demais evidente que o governo actual não está minimamente preocupado com a poluição causada pelos automóveis, apenas, na sua ganância e avidez sugadora, não ignora que o automóvel foi, é e será um maná para o erário público.
De facto, não haverá sector económico tão contributivo como este. Desde os impostos sobre os combustíveis que raiam os 60%/litro, até às diversas tributações que oneram brutalmente qualquer carro novo com os ISV, os TA, os IVA, os IUC, … etc.
Para doirar a pílula, esta pesquisa da dezena de crânios denomina-se “Fiscalidade Verde”. É uma designação bonita. Quase nos faz lembrar vaquinhas castanhinhas a pastar airosas e felizes nos prados dos vales viçosos e floridos. Puro engano. É cinismo puro e duro e visa, apenas, descobrir novos nichos neste sector tão “vampirizado” pela extorsão fiscal. E assim, agarram-se ao CO2 (as siglas dão sempre um ar de rigor científico à patranha) para aumentar o preço do gasóleo, o combustível mais consumido pela maioria dos veículos portugueses. Por seu lado, o ISV – Imposto Sobre Veículos – vai arrecadar mais uma fatia de 3%. E assim sucessivamente… Upa, upa!
Ao que se prevê, a única medida despenalizadora (será?) prende-se com o incentivo ao abate de veículos em fim de linha, medida que já vigorou e foi tirada da circulação pela cupidez tributária.
O automóvel é uma galinha poedeira e de ovos de ouro, mas cada vez menos para o utente, para os importadores, para os concessionários, para as empresas fabricantes de componentes, para as oficinas…
É-o sim para o nédio governo que nada produz, tudo rapa e se compraz a saquear, sistematicamente, todos os sectores produtivos da economia e os cidadão que, imagine-se, se dão ao bizantino luxo de ter um automóvel para ir trabalhar, levar os filhos à escola, os pais ao hospital ou, abuso supremo, dar o “passeio dos tristes” no dia do Senhor…