Não há hoje clássico patinné aposentado da política que não almeje dourada sinecura como deputado do Parlamento Europeu. Quase parece o velho e vetusto espaço do Politburo Soviético, acrónimo de Politícheskoe Byurô, onde figuram as relíquias poeirentas naftalinizadas…
Querem uma Europa renovada e inovada e atiram para lá com as ilustres glórias do passado. E depois, não é difícil imaginar deputados do norte da Europa, jovens e competentes, a cilindrar a brigada geriártrica. Imaginem a selecção nacional de futebol de hoje a jogar um derby com a de há 30 anos… (não percebo de futebol!).
Há neste país umas ideias sacrossantas que determinam que pé entrado na política não mais de lá sai. Temos vários exemplos e em Viseu, então… Mas isso guardaremos para o momento certo, quando aparecerem de peito feito para as próximas legislativas os campeões que não sabem fazer mais nada na vida senão serem deputados, secretários de secretários , assessores, chefes de gabinete et all.
Uma tropa de mafarricos enquistados na sociedade portuguesa, inúteis e parasitas que colaram os lépidos lábios ao túmido úbero e dele não descolam. Gente que não tem qualquer espírito de missão ou preocupação com a coisa pública; gente que não tem outro modo de vida e se habitou ao bem-bom da malandrice e ao ócio afável dos gabinetes acolhedores…
Lembramos que “o Parlamento Europeu é composto por 766 deputados eleitos nos 28 Estados-Membros da UE. São eleitos por sufrágio universal directo e por cinco anos em mandato renovável. Os assentos são distribuídos proporcionalmente à população de cada país. Cada Estado tem um número de lugares fixos, sendo o máximo de 99 e o mínimo de 6. Dispondo de poderes cada vez mais importantes, o deputado europeu influencia, pela sua acção, todos os domínios da vida quotidiana do cidadão: o ambiente, a protecção dos consumidores, os transportes, mas também a educação, a cultura, a saúde… O novo Estatuto dos Deputados ao Parlamento Europeu entrou em vigor no dia 14 de Julho de 2009, para corrigir as desigualdades e assegurar uma maior transparência a nível do vencimento dos deputados. O novo Estatuto introduz um salário idêntico para todos os Deputados, pago através do Orçamento da União Europeia.”
Portugal elegeu 22 deputados para 2009-2014.
Pelo PSD (Grupo PPE) 8 deputados; Pelo PS (Grupo S&D) 7 deputados; Pelo BE (Grupo GUE/NGL) 3 deputados; Pela CDU (Grupo GUE/NGL) 2 deputados; Pelo CDS/PP (Grupo PPE) 2 deputados.
Para 2015-2019 prevê-se uma abstenção eleitoral da ordem dos 60%, o que é claro sintoma do descrédito desta rapaziada. Prevê-se ainda uma acentuada descida de eleitos pelo PSD que pode ficar pelos 6 deputados (Ruas entra à justa), o PS com uma subida para 9 (se entretanto encontrar um líder…), o CDS/PP a eleger apenas 1 deputado e a CDU a subir 1 deputado. A incógnita está no BE se desce ou mantém (e basta de futurologia…!).
Entre Bruxelas e Estrasburgo a vida é boa, dizem. Há muito tempo livre. Há deputados que escrevem e publicam livros, fazem traduções, outros fazem mestrados e doutoramentos que nunca almejaram em Portugal, outros dedicam-se às belas-artes do turismo e ainda os há consagrados à valdevinagem, com salários recheados de amplas mordomias colaterais e staffs compostos por outros tantos “desempregados” da política nacional.
É um regabofe que custa milhões, muitos milhões a uma Europa decadente, anquilosada e senil. Que podemos nós esperar desta malta?
Também… pudera, né?