A diabolização do PS

“Geringonça” essa que poderá ter êxito se contar, com os eventuais 5,3% do BE, 5,1% da CDU, 1,6% do PAN e 1,2% do Livre, todos juntos e segundo a última sondagem, totalizando 47,5%.

Tópico(s) Artigo

  • 12:35 | Segunda-feira, 24 de Janeiro de 2022
  • Ler em 2 minutos

Esta semana foi frutífera para o PSD, com sondagens e intenções de voto a ultrapassarem pela primeira vez o PS, se bem que no dia seguinte este tenha recuperado a liderança por escassos 0,6%., com 34,1%.

Naturalmente que estas oscilações são geradas pelo despertar dos indecisos. Indecisos que se veem chamados à liça fruto da crescente diabolização mediática do PS, que os restantes partidos políticos têm vindo, em uníssono e recorrentemente, a empreender.

Se tal se compreende como natural postura do PSD, Chega, IL, CDS-PP, os partidos do arco da direita, menos bem se compreende nos partidos da esquerda à esquerda do PS, CDU e BE, dos mais acirrados e contundentes nos seus ataques diários.


Ou então, pretenderão uma vitória da direita para, de seguida, tentarem reimplantar a “geringonça” de acordo com as suas regras e normas.

“Geringonça” essa que poderá ter êxito se contar, com os eventuais 5,3% do BE, 5,1% da CDU, 1,6% do PAN e 1,2% do Livre, todos juntos e segundo a última sondagem, totalizando 47,5%.

Ou então, a esquerda à esquerda do PS, após ter inviabilizado o OE para 2022 e feito cair o governo, perante a possibilidade de um governo de centro-direita/direita,  surge disposta à sua anulação, numa congregação de esforços que, a terem sido concretizados na altura certa, em sede própria, teria evitado o engolir de muitos sapos,  proporcionado estabilidade governativa e poupado milhões de euros ao erário público.

O PSD, se reunir em torno dos seus 33,5%, os 5,3% da IL e os 0,8% do CDS atinge os 39,6% que, ainda assim e neste invocado cenário de sondagem, lhes serão insuficientes.

Pode sempre viabilizar o “entendimento açoriano”, e incluindo o Chega atingirão os 46,2%, o que mesmo assim não dá…, aceitando a seu lado um partido de extrema-direita, que já provou ao que vinha, assim como já clarificou a sua difícil relação com a democracia.

A derradeira hipótese, improvável mas não impossível, consistiria numa aliança PS-PSD, a qual, se bem orquestrada, poderia ser portadora de apreciável equilíbrio.

Para já, todos estes cenários não passam disso mesmo, e só no dia 31 de Janeiro se acertarão as agulhas desavindas.

De momento é muito ténue a diferença entre os 47,5% da esquerda e os 46,2% da direita. A não ser que o eleitorado ainda adormecido desperte e proporcione uma inequívoca solução.

 

(Foto DR)

 

Gosto do artigo
Palavras-chave
Publicado por
Publicado em Editorial