A desinformação russa, eufemismo de mentira

A tal “operação militar especial” com que os russos baptizaram esta sangrenta invasão, não passa de um mero e básico eufemismo. Tal e qual como chamar “mulher de vida fácil” a uma prostituta.

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  • 20:41 | Terça-feira, 26 de Abril de 2022
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O vice-embaixador russo na ONU, Gennady Kuzmin, não só nega a pés juntos que as tropas do seu país tenham invadido a Ucrânia, como rejeita todas as acusações contra os soldados de Putin. E é taxativo na sustentação da mentira:

“Hoje, temos novamente aqui acusações insubstanciais contra os militares russos por fazerem o seu dever nesta operação militar especial na Ucrânia. Rejeitamos veemente estas insinuações insultuosas e sem base”.

A tal “operação militar especial” com que os russos baptizaram esta sangrenta invasão, não passa de um mero e básico eufemismo. Tal e qual como chamar “mulher de vida fácil” a uma prostituta. O eufemismo tem como objectivo minimizar a agressividade de uma expressão, torná-la mais branda ou até, nalguns casos, agradável.

 


 

Se Putin assim a baptizou, porque não haviam os seus fiéis discípulos em todo o mundo – Portugal inclusive – de lhe seguir as pisadas? Os mesmos que abandonaram a Assembleia da República no dia da presença por vídeo conferência do presidente ucraniano. Os mesmos que criticaram o Chega porque o seu grupo parlamentar abandonou o hemiciclo nas comemorações do 25 de Abril, quando soaram os acordes de “Grândola Vila Morena”.

Afinal, tudo aparenta ter uma lógica, um nexo, na congruência dos extremos que se tocam… e, portanto, não deixam de ser coerentes na visão totalitarista cristalizada de encarar o mundo de hoje, mesmo se já um pouco longínquo dos tempos dos ídolos Estaline e Mussolini.
(Fotos DR)

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Publicado em Editorial