Ciclicamente Cavaco Silva sai da hibernação, aproveitando os dias mais cálidos do fim de Inverno. E faz muito bem, para apanhar o solzinho que aquece os ossos a todos nós…
O problema é que, cada ano que passa, ele ressurge do “seu” rico palácio pago pelos impostos públicos, mais envelhecido e para proferir piores dislates.
Não se espera de um ex-presidente da República com esta idade uma cabal e nítida percepção do mundo e uma lucidez absoluta. Talvez se esperasse só sensatez. O que Cavaco há muito provou não ter.
A decrepitude chega a todos que não ficam a meio do caminho da vida. É patético quando a senescência traz consigo a obnubilação, a distorção da realidade e, pior, a ousadia de vir dar ao país – num estilo salazarento da última fase – lições de ética e moral acrescidas de pregações sobre a “democracia amordaçada”, no dizer ressabiado de quem caiu no limbo do autoesquecimento…