Uma fonte da Eurostat coloca Portugal na quase cauda da Europa entre 29 países, num estudo feito sobre hábitos de leitura.
Atrás só ficam a Bulgária, a Itália, o Chipre e a Roménia.
Triste constatação…
No topo daqueles que têm hábitos de leitura estão países ricos e desenvolvidos como a Suíça, o Luxemburgo, a Dinamarca, a Noruega…
Num povo que não lê medram o acriticismo, a acefalia, o alheamento, a ignorância, a desmemória… Terreno fértil para todos os dislates políticos. Que os políticos bem aproveitam para manipular a seu talante os alheados eleitores.
A proliferação de cirúrgicas “fake news”, com pouco mais de 3/4 linhas, também por aqui se explica parcialmente.
A iliteracia é mais regra que excepção, num país onde se fez do atavismo uma forma de controle, país que viveu “culturalmente” assente em três pilares fundamentais… os 3 F’s –» Fado, Fátima e Futebol.
Estes são efeitos com inúmeras causas.
As escolas não cumpriram o seu papel, o plano nacional de leitura afasta mais do que aproxima os estudantes da leitura; o país “grudou” na televisão, não lê livros e contamina-se diariamente com todos os tipos de big brothers que pelas telas passam de manhã à noite a rodos de toxicidade; os pais, sem hábitos de leitura, não valorizam o livro e não incentivam os filhos a ler; as redes sociais tornaram-se irmãs siamesas de um número não quantificado mas elevado da população, et al.
É neste contexto que proliferam e colhem aceitação discursos básicos e eficazes de ódio, xenofobia, instabilidade, medo, violência…
Quem não sabe pensar não alcança dilucidar as “patranhas” que lhe impingem. Aliás, faz delas, num ápice, credo, alimento e sustentação. E “eles” sabem… E é por isso que queimaram e gostariam de continuar a queimar os livros, assim como erigiram e erigem em inimigos aqueles que pensam, desconstroem as suas falácias e denunciam seus intentos.