A CMV por mãos de um valeroso assessor que Almeida Henriques trouxe dos gloriosos tempos de secretário de Estado, continua a”brilhar”, numa autarquia onde o tom é de muita parra e pouca uva, onde obra feita está no “vai-se fazer” e não no “está aqui feita”.
Muito fogo-faralho, bruááá cabonde, desta terceira vez a ÁGUAS DE VISEU (ainda não foi privatizada?) apresentou na ETAR VISEU SUL mais uma campanha publicitária – daquelas de encher outdoors por todo o lado – com os rostos de uma série de crianças trigémeos para justificar a essência da sua mensagem: “Não há duas sem três!”.
Campanha pouco perceptível onde se pretenderá chamar a atenção da qualidade da água consumida pelos viseenses “De 1ª água!”, diziam, quando os estudos revelaram que de primeira qualidade há algumas outras do distrito de Viseu que, sensatamente e impondo-se apenas pela qualidade, não sentem a necessidade de muito publicitar, com o dinheiro dos contribuintes, esse produto tão natural e tão de nós todos. Até e porque não terão dinheiro para esses sumptuários gastos. Até e porque se o têm o entendem gastar em benefício dos munícipes e não sacando-o aos munícipes com impostos vários.
Almeida Henriques parece carecer destes shows como do pão para a boca. A razão será simples… não tendo nada de concreto e de palpável para mostrar/dar, pratica este ilusionismo mediático, caindo nas boas graças de quantos com estas “idiotas” campanhas lucram, arriscando-se mesmo a ser polémico em relação à legislação vigorante, que não é muito “simpática” com a publicação de imagens de menores para uso publicitário e/ou outros.
(Nota: os rostos das crianças foram desfocados por nós)
Pode ler aqui uma decisão do tribunal da Relação de Évora sobre o assunto:
O nosso amigo e colaborador do RD, Miguel Fernandes, por seu turno também já abordou o assunto na sua clarividente página…
Este executivo chefiado por Almeida Henriques – sem qualquer oposição do PS e do CDS/PP que o contrarie – parece ser muito aéreo e, por tal, dotou Viseu de aviões para Tires e Vila Real, para Bragança e para Faro. Como já todos constatámos, estrutura fundamental para o desenvolvimento económico da região que custou aos contribuintes aproximadamente 9 milhões de euros. Ao que consta, no aeródromo municipal, as bichas de utentes para aquisição de bilhetes têm quilómetros…
Mas também parece ser muito aquático. Ou melhor, assazmente líquido. Por isso, os seus dois vectores fundamentais de actuação autárquica direccionam-se para o vinho e para a água.
Pena é que não seja um bocadinho terreno. Ou melhor, que não pareça ter os pés bem assentes na terra e, dos três elementos, só se limite factualmente aos dois primeiros…
E como não há duas sem quatro, o tal assessor já deve andar a esquadrinhar os registos de nascimento dos últimos decénios, à procura de quadrigémeos para justificar o próximo investimento em cartazes e muito deslumbrante blá-blá retórico.
Pagam-lhe para isso. E ele cumpre. Dançam todos ao som da música tocada.
Siga a roda, que a vida é uma festarola!
(Fotos DR)