No simbólico dia 9 de Maio, Vladimir Putin leva a cena a sua trágica chocarrice, escolhendo entre outros palcos para a macabra coreografia, as portas do complexo fabril de Azovstal, na cidade de Mariupol.
O mefistofélico presidente da Rússia limpa à pressa os destroços da destruição perpetrada, para sobre as cinzas poderem desfilar as suas “gloriosas Ztropas”, nas avenidas principais de uma cidade arrasada, outrora feliz.
O enredo ou teia tecida, de certa forma lembra-nos o mito de Fénix, o pássaro de fogo que no momento de sua morte se incendiava para depois das cinzas renascer para a eternidade.
Talvez afinal o renascimento tardio destas “fénixes” esteja aí, no Kremlin, incorporado na pele de um antigo agente da KGB, pronto para ensaiar a derradeira ilusão, a de criar a Euroásia, de Moscovo a Lisboa, contra o maléfico – diz ele – espectro do atlantismo que tanto o intimida, assusta e, ao mesmo tempo, fornece os pretextos para os seus hediondos crimes contra a Humanidade.
Só que é intempestiva a rotulagem e, provavelmente, nos próximos meses ou anos, ainda estaremos para ver e saber quem são, afinal, uns e outros.
(Fotos DR)