A bondade da “geringonça”
Há neste actual governo, apodado de “geringonça” pelos inconsoláveis “pafianos”, uma bondade política inusitada e extraordinária. Consiste ela, ao fim de um ano de governação, em manter nos lugares de nomeação política toda a incontável hoste de apaniguados de Passos Coelho e Paulo Portas, agora Cristas. Insondáveis serão os desígnios divinos. Insondáveis serão, também, […]
Há neste actual governo, apodado de “geringonça” pelos inconsoláveis “pafianos”, uma bondade política inusitada e extraordinária.
Consiste ela, ao fim de um ano de governação, em manter nos lugares de nomeação política toda a incontável hoste de apaniguados de Passos Coelho e Paulo Portas, agora Cristas.
Insondáveis serão os desígnios divinos.
Insondáveis serão, também, os desígnios de António Costa.
Porém, há uma certeza convicta: o PSD e o CDS nunca usariam desta benevolência bacoca de menino bem-comportado a tentar fazer um “brilharetezinho” diferente.
Em política não há destas complacências, que se pagam sempre muito mais caras que as indemnizações da respectiva pré-vassoirada.
Ter, por exemplo em Viseu, um centro hospitalar cuja administração é composta por uma mão-cheia de indivíduos afectos e/ou militantes do PSD, ademais demasiado badalada e nem sempre por motivos positivos, é comprometer uma política de Saúde para inúmeros milhares de utentes, com os ónus a reverterem, necessariamente, para o actual ministério da Saúde e quem o tutela.
Ou então, talvez Costa tenha tão pouca confiança no líder da federação local do PS, que prefira ver por aí em lugares decisórios os comissários laranja, por ter neles mais fé do que naqueles eventualmente indicados por António Borges que, pelas provas dadas e até ao momento, ainda não logrou ultrapassar o limiar da asneira.