A África tudo chega… e à Europa não tarda

  África é um continente fustigado por todas as maleitas. A maior e mais poderosa, é a pobreza. Os africanos, escravizados, colonizados pelos brancos, recolonizados e explorados pelos irmãos de sangue, prosseguem a sua saga trágica e inexorável para a ara. A desigualdade sócio-económica abissal existente neste continente, com países que concentram as maiores riquezas […]

  • 0:02 | Quinta-feira, 09 de Outubro de 2014
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África é um continente fustigado por todas as maleitas. A maior e mais poderosa, é a pobreza.
Os africanos, escravizados, colonizados pelos brancos, recolonizados e explorados pelos irmãos de sangue, prosseguem a sua saga trágica e inexorável para a ara.
A desigualdade sócio-económica abissal existente neste continente, com países que concentram as maiores riquezas naturais do mundo e a maior pobreza natural, é a figura máxima da miséria humana e material. O seu clímax.
Milhões de paupérrimos co-existem com centenas dos mais ricos do planeta.
O atavismo da raça é um motivo suficiente para manter povos inteiros na ignorância, no maior analfabetismo, na total iliteracia. Nestas condições dominam-se melhor.
De seguida, um clima tórrido, com secas e inundações sucessivas, deploráveis condições de vida e de promiscuidade, propiciam todos os surtos de doenças infecto-contagiosas.
O que não preocupa minimamente a maioria dos governos e autoridades de alguns desses países…
Por outro lado, em contra ciclo, os grandes laboratórios de investigação médico-farmacêutica não perdem tempo nem dinheiro em pesquisar vacinas e terapias para quem não as pode comprar e pagar.
Recordemos que há países africanos onde nem sequer uma mera aspirina se encontra facilmente e onde os antibióticos são racionados.
Agora, a ébola está a espalhar-se pelo mundo. Já chegou à Europa e ao continente americano. A catástrofe tem sempre um lado positivo: gerar o pânico nos países desenvolvidos, agitar a comunicação social, alertar a opinião pública…
É que, quando começam a morrer na nossa cidade, vila, aldeia ou rua, de repente a consciência da calamidade instala-se com o pavor e as grandes multinacionais, percebendo-o, numa semana, “inventam” a vacina em falta…
Estranho mundo, este!
Mas há outro tipo de ameaçadoras pestes… Cito o final de “La Peste”, de Camus, Gallimard, 47, em tradução livre:
“o bacilo da peste não morre nem desaparece nunca, pode ficar adormecido durante dezenas de anos (…) e o dia virá em que, para infelicidade e lição dos homens, a peste acordará os seus ratos e enviá-los-á para morrerem numa cidade feliz.”
 
Nota:
Aqui, nesta obra magistral, a peste é uma metáfora do nazismo e os ratos são os alemães ocupantes da França, durante a IIª Grande Guerra. A acção decorre em Oran, em 194… Paris caiu em 16 de Julho de 1940.
O link infra, dos “Médicos Sem Fronteiras”, proporciona informação sobre a “doença”:
http://www.msf.org.br/o-que-fazemos/atividades-medicas/ébola
 

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