E a carteira a encolher…

Os combustíveis, com estas subidas sucessivas e em flecha, com mais de 50% por litro a caírem nos cofres públicos, provavelmente estão a preparar-nos para a grande transição do século, a electrificação dos motores, as baterias de lítio, o petróleo branco...

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  • 16:36 | Segunda-feira, 30 de Agosto de 2021
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A electricidade a atingir preços record. A gasolina e o gasóleo proibitivos. As entidades reguladoras dos sectores sem zus nem bus, assobiando para o ar. É o presente… Qual será o futuro?

A silly season é óptima para subreptícios aumentos de preços. Uma espécie de arteirice que acontece na nossa ausência e pelas costas enquanto, os ainda afortunados, veraneiam.

Fraca produção eólica, preço do gás natural especialmente elevado e custo das licenças de CO2 em níveis recorde”, dizem eles, os donos da coisa, que até já nem sei bem se enviam as directrizes de Pequim, de Xangai ou de Cantão…


Os combustíveis, com estas subidas sucessivas e em flecha, com mais de 50% por litro a caírem nos cofres públicos, provavelmente estão a preparar-nos para a grande transição do século, a electrificação dos motores, as baterias de lítio, o petróleo branco, o disparo atordoante do custo da electricidade, a tal energia limpa que, provavelmente salvará o planeta. Aviões supersónicos, mega cargueiros de mercadorias, fábricas, etc., também estarão incluídos?

 

 

Em França, dizem os actuais governantes que a partir de 2035 será posto fim aos motores térmicos. A transição com os híbridos, lentamente, acontece. Os gigantes verdes estão a chegar e o objectivo europeu é de reduzir em 55% as emissões de CO2 em relação a 1990. O que é fantástico. Mas porquê só no sector automóvel?

Ora se é sabido que uma viatura eléctrica não emite CO2, outro tanto não sucede com a fabricação das suas baterias e com a electricidade que consome, a qual é 70% produzida a partir da energia fóssil, a nível global.

 

 

Na Europa, a taxa de emissões de CO2 é de 9,6% por comparação a nível mundial. Neste domínio, a China atinge 29,3%, os EUA 13,8, a Índia 6,6 e o Japão 3,6. Contas feitas pelo Parlamento Europeu, as viaturas no continente europeu representam 1,25% das emissões globais. Serão as pioneiras na revolução verde?

Todos os esforços são mais que louváveis para salvar o planeta. E é preciso saber, também, se ainda iremos a tempo. As mudanças meteorológicas e as suas consequências, só neste ano de 2021, são um indício catastrófico do porvir. Electrificar os automóveis salvará o mundo? Quais os custos supravenientes? Estarão quantificados?

Entretanto, paulatinamente, paguemos mais caro a electricidade que nos alumia e os combustíveis que nos movem…

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Publicado em Editorial