UM “SONHO” QUE FECHA PORTAS
O MUSEU DO BRINQUEDO, DE SINTRA Um dos meus filhos, já maior, envia-me a notícia, que é já recorte alargado da Comunicação Social, do fechamento do MUSEU DO BRINQUEDO, em Sintra e com a notícia me traz o desafio das duas palavras que eu possa escrever. Nostalgia deste meu filho, e dos outros dois, certamente, […]
O MUSEU DO BRINQUEDO, DE SINTRA
Um dos meus filhos, já maior, envia-me a notícia, que é já recorte alargado da Comunicação Social, do fechamento do MUSEU DO BRINQUEDO, em Sintra e com a notícia me traz o desafio das duas palavras que eu possa escrever.
Nostalgia deste meu filho, e dos outros dois, certamente, que eu levei, em meninos, a visitar o Museu e onde um deles já levou meus netos. Lamento sobre um território de infância cujas fronteiras agora se fecham, neste estranho último Domingo de Agosto, enigmáticas caixas de cartão que aguardarão, sabe-se lá por quanto tempo, o mágico que as possa de novo abrir sobre os olhos abertos de espanto das mil crianças para quem se abrirá de novo essa auspiciosa e surpreendente Terra do Nunca, esse universo de sonho que para elas basta antes que o pão.
Que o Museu era também lição para os maiores, para aqueles que souberam guardar a sua alma de criança, âncora fazendo neste mar-a-monte dos dias dos serenos dias de infância, mesmo que a eles tivesse bastado o desafio de um pião, de um rouxinol de barro de Barcelos, de uma boneca construída de pano e torsal, de uma “gaitinha” como aquelas que lhe talhava, em menino, o pai de Aquilino (Mestre Aquilino), e eu aprendi a construir também nos soutos de meu pai, em terras da Beira.
Acrescenta a notícia que, nos últimos dias, tem havido uma corrida de meninos ao Museu, logo que souberam do trágico destino que se avizinhava. Vieram com se fosse para segurar os fios desses balões de cor a que se prende a sua infância.
E sabermos nós que o dinheiro de um obús que estoirou nos céus de Gaza pagava, inteiros, os salários dos sete funcionários do Museu em muitos meses!…