Quando uma cidade se torna numa pequena e consoladora aldeia beirã
Por vezes, mesmo nos recantos mais difíceis dos dias tempestuosos de Lisboa podemos encontrar uma pequena e reconfortante luz ao longe. E assim, tornar-se por instantes numa pequena e consoladora aldeia beirã.
Foi numa 2ª feira de chuva diluviana que se realizou o lançamento da reedição de “Retirada dos Dez Mil”, obra de Xenofonte, traduzida e prefaciada por Aquilino Ribeiro.
Sob a habitual chancela da Bertrand Editora, a recente publicação mantém o traço de vincada originalidade que tem acompanhado as últimas edições, ao convocar um escritor contemporâneo a escrever um pequeno apontamento introdutório sobre a obra do mestre beirão. Desta vez, coube a Mário de Carvalho o desafio e o resultado é um texto de imensa intensidade literária.
Alberto Correia e o escritor Mário de Carvalho foram os “patronos” deste lançamento editorial. O primeiro, ofereceu-nos uma tocante deambulação sobre as Terras do Demo insinuando-se como um flâneur que procura na trama ficcional o sentido absoluto daquela geografia sentimental; o segundo, presenteou-nos com uma apaixonante e sensível exposição em torno desta espantosa tradução de Aquilino Ribeiro.
Por vezes, mesmo nos recantos mais difíceis dos dias tempestuosos de Lisboa podemos encontrar uma pequena e reconfortante luz ao longe. E assim, tornar-se por instantes numa pequena e consoladora aldeia beirã.