Drama no Mediterrâneo – Todos somos responsáveis
Os naufrágios que têm ocorrido no Mediterrâneo e que têm provocado milhares de mortes são uma vergonha e um escândalo. Estamos face a uma tragédia que demonstra bem a falta de humanidade e de respeito pela vida e dignidade humana. O cenário não pode ser mais dantesco. Pessoas fogem da guerra, das […]
Os naufrágios que têm ocorrido no Mediterrâneo e que têm provocado milhares de mortes são uma vergonha e um escândalo. Estamos face a uma tragédia que demonstra bem a falta de humanidade e de respeito pela vida e dignidade humana.
O cenário não pode ser mais dantesco. Pessoas fogem da guerra, das perseguições, da fome e do caos; corpos de crianças, homens e mulheres flutuam na água. Contudo, até há pouco tempo, a resposta foi o silêncio, a indiferença e a passividade. Como é possível que esta situação não diga nada ao Homem?
Como se atrevem alguns políticos europeus a propor como resposta a esta crise humanitária e a este drama migratório bombardeamentos e um bloqueio naval? Como aceitar que outros se limitem a apresentar um plano de intenções para mais patrulhamento e vigilância nas fronteiras, mais investigação sobre as redes de tráfico de pessoas e mais colaboração com os países de origem?
Não tem o mundo ocidental e nomeadamente europeu uma responsabilidade mais acrescida e mais forte face a esta triste e chocante situação? Que dizer das políticas anti-imigrantes e xenófobas da UE; da exploração que se tem realizado do continente africano, das guerras que os países industrializados têm animado no referido continente para obter dividendos comerciais e económicos?
É legítimo que defendamos o bem-estar e o conforto dos concidadãos da nossa Europa, mas não será também lógico e compreensível que possamos diminuir as desigualdades entre os países dos vários continentes e valorizar a vida como um valor universal?
É inegável que o problema é complexo e vai muito além da emigração ilegal no mar Mediterrâneo. A sua resolução exige maior solidariedade e reforço da cooperação entre os diferentes países, no sentido de traçar uma política comum europeia para a migração e uma maior partilha da responsabilidade social global.