Em França, jihadistas desencadearam uma vaga de cyber ataques sobre sites apoiantes da publicação Charlie Hebdo, naquela que designaram OpFran (Opération France). Na Nigéria foram mortas quatro pessoas e feridas quarenta e cinco.
As formas de luta diversificam-se e intensificam-se. Deverá a Europa (e o mundo) ceder a esta fundamentalista invasão? A tolerância com este radicalismo onde nos levará? E o recrudescimento da xenofobia da extrema-direita será solução para alguma coisa, ou semente de mais ódio e violência? Como dialogar com uma clandestinidade traiçoeira que encontra nos iníquos atentados a sua forma de dispersão da mensagem assim divulgada pelo terror? Muitos países mundiais têm as mãos sujas com apoios colaterais, vendas de armamento e formação militar dos activistas. As petromonarquias e países com interesses económicos têm as garras aduncas a feder. A própria França e a sua indústria de armamento não estão inocentes. Com os senhores da guerra ganham-se milhares de milhões. Os USA fomentaram, treinaram e armaram a AlQaeda. A Turquia assobia para os beirais… Há muita hipocrisia no ar e muita gente no ocidente a acender rastilhos explosivos. Por outro lado a tolerância de uma cultura e religião parece vergar-se perante a intolerância de certas franjas da cultura e religião muçulmana. Como combater esta virose alastrante que já é chamada “a praga do século XXI”?
O que é politicamente correcto e incorrecto nas tomadas de posição contra o terrorismo islamita?
Há muitas questões a pairar. CharlieHeb foi apenas um dos plurais detonadores que estão a ameaçar a nossa estrutura social tolerante e pacífica. Uma séria inquietação…
Mota Soares e Pires de Lima são dois desastrados ministros do CDS-PP. Ao primeiro, como se não bastassem as diversas acções controversas já tomadas e reiteradas e de duvidosa legalidade como a “requalificação” (leia-se despedimento) de 700 trabalhadores do ISS, juntam-se agora pareceres do Tribunal de Contas sobre gestão duvidosa e ruinosa dos dinheiros públicos.
Com que legitimidade podemos nós criticar uma empresa privada como o Grupo PSA de Mangualde por despedir 80 trabalhadores quando nos calamos, anuentes e complacentes, com os desmandos deste governante?
Pires de Lima, por seu turno, tem conduzido o dossier TAP com uma despicienda inabilidade que faz dele o Mr. Bean deste governo. É mau de mais. De tal forma que Passos Coelho teve que intervir para o desautorizar nas suas insensatas afirmações revanchistas de retaliação sobre os sindicatos não negociadores…
A ministra da Justiça, por sua vez, de desgraça em desgraça — a última foi a exoneração dos técnicos superiores que solucionaram as falhas do Citius — e com aquele seu ar “très fané” de “end of line” é uma governante sem crédito.
Passos Coelho, psicoticamente casmurro, ciente de toda esta generalizada falta de coerência e coesão comportamental e acção política controversa e duvidosa, jurou levar o Calvário até ao fim da crucificação.
Entretanto, Paulo Macedo o homem que reduz tudo a números, vê morrer pelos números, diariamente, doentes à porta ou nos corredores das urgências hospitalares.
Quantos portugueses precisarão mais de falecer por falta de cuidados médicos para que ele perceba que a sua política de redução é mais letal que o jihadismo em França?
E toda esta contenção é para quê? Para poupar dinheiro gerador do milagre eleitoral daqui a 7 meses, nas próximas legislativas?
Parece que já estão arrecadados 900 milhões e a Autoridade Tributária ao recrutar mais 1000 inspectores para o fisco – num país onde a admissão à função pública está há muito congelada e nalguns sectores (ministério do Trabalho e Solidariedade Social) se procede a despedimentos em massa – mostra a evidência desta política de extorsão, cegueira, eleitoralismo e cupidez.
Não, senhor ministro Paulo Macedo, os portugueses não estão a morrer por causa da vaga de frio – normal em meados de Janeiro – estão a morrer por causa de uma acção política cínica, cruel e desumana.
O senhor ainda consegue dormir de noite?