Ruas, Almeida Henriques e Marta. Quantos rounds?

  O que é que acontece num ringue onde, de um lado estão dois pesos pesados do pugilismo e de outro um peso pluma? A priori o desfecho de uma luta tão desigual determina que este seja “cilindrado” por aqueles. Porém, o peso pluma, levezinho, pode ter um jogo de pés ágil, de quase bailarino […]

  • 15:04 | Domingo, 16 de Novembro de 2014
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O que é que acontece num ringue onde, de um lado estão dois pesos pesados do pugilismo e de outro um peso pluma? A priori o desfecho de uma luta tão desigual determina que este seja “cilindrado” por aqueles. Porém, o peso pluma, levezinho, pode ter um jogo de pés ágil, de quase bailarino e uma eficaz capacidade de esquiva. Ademais, os adversários, a certa altura podem começar a contundir entre si, esquecendo o outro, o adversário inicial. E entrar num conflito que os deixará esgotados, atordoados e facilmente deitados ao tapete. Além disso, há três pormenores a ter em conta, os anos de experiência dos pesos pesados carreiam em si prestígio mas também algum desgaste; o árbitro pode estar comprado e começar, assalto após assalto, a penalizar algumas “jogadas” por forma a, não existindo KO técnico, haver uma vitória por pontos; a assistência, os espectadores, tornarem-se numa claque poderosíssima capaz de dar ânimo a alguns dos pugilistas e incutir respeito ao árbitro.
 
Faltam dois anos e tal para as autárquicas. Passou o ano do estado de graça dos recém-chegados. Apresenta-se o ano da execução das grandes linhas programáticas e de seguida, do juízo ou apreciação da sua concretização.
Em Viseu, autarquia não tão bem colocada quanto isso no Índice da Transparência, Almeida Henriques que nada tem a temer das inócuas e amigáveis oposições, nomeadamente do PS, nem do seu futuro e anedótico opositor, jogará tudo contra Fernando Ruas, o deputado europeu, mais de duas décadas autarca viseense e presidente da ANMP e contra Carlos Marta, uma década deputado na Assembleia da República, três mandatos presidente da autarquia tondelense, presidente incontestado da CIM Viseu Dão Lafões, presidente da Fundação do Desporto e agora presidente da AIRV, onde poderá capitalizar o apoio importante de muitas forças empresariais de peso.
Almeida Henriques, detentor por comparação de esconso currículo: AIRV, Gabiforma, CEC, Beira Gás… — a sua efémera passagem por uma secretaria de Estado foi mais polémica e atribulada que relevante — tem que se arrimar a esteios mais fortes que assessores/treinadores de dança de salão e tomar muita vitamina, talvez até anabolizantes, para juntar alguma consistência pugnitiva à sua ligeireza de pés…
 
Comprámos um camarote com vista para o ginásio. Para já, confortavelmente, assistimos à progressão dos treinos de manutenção…

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Publicado em Editorial