O “enviado do diabo na terra”…

... o essencial que fica é o oportunismo, a falsidade, a desvergonha, a impudência e a desfaçatez desta gente desprovida de escrúpulos, de duvidosa moralidade, pregadores do ódio, da xenofobia, do sectarismo e do preconceito, que num dia afirmam uma coisa e no dia seguinte o seu contrário, mostrando bem a sua excelente relação com a mentira, o calculismo e o maquiavelismo mais desenfreado

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  • 14:28 | Terça-feira, 22 de Abril de 2025
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O presidente da Argentina, Javier Milei dizia que o Papa Francisco, nascido neste país, era o “enviado do diabo na terra”. O Papa, numa bofetada de luva branca recebeu-o no Vaticano. Ultimamente, o presidente Milei, radical de direita, declarou que a relação com o Vaticano “era maravilhosa”, depois da reação crítica do povo Argentino às suas odientas palavras. Talvez por isso, Francisco, que visitou dezenas de países no decurso do seu pontificado, nunca tenha viajado à sua terra natal…

No Brasil, o ex-presidente da extrema-direita, Jair Bolsonaro, que nunca quis visitar o Sumo Pontífice no Vaticano, ao invés dos outros três presidentes do Brasil a fazê-lo durante o seu pontificado, o mesmo Bolsonaro que muito criticou o Papa Francisco e as suas palavras em favor da preservação da Amazónia, que citamos: “Dirijo esta exortação ao mundo inteiro, para ajudar a despertar a estima e solicitude pela Amazônia, que também é nossa“.   e tendo acrescentado:  “Sonho com uma Amazônia que lute pelos direitos dos mais pobres, dos povos nativos, dos últimos, de modo que a sua voz seja ouvida e sua dignidade promovida. #QueridaAmazonia“, veio agora, com o compungimento dos hipócritas, declarar: “Mais que um líder religioso, o papado representa a continuidade de uma tradição milenar, guardiã de valores espirituais que moldaram civilizações”.

Em Portugal, o líder da direita radical, André Ventura não quis ficar atrás dos anteriores e sobre Francisco tonitruava: “este Papa tem contribuído para destruir as bases do que é a Igreja Católica na Europa” para agora vir, pio e devoto afirmar perante os seus eleitores: “O Papa Francisco deixa uma marca inspiradora de proximidade e simplicidade que a todos tocou profundamente.


 

Mais exemplos deste teor se poderiam invocar, contudo, o essencial que fica é o oportunismo, a falsidade, a desvergonha, a impudência e a desfaçatez desta gente desprovida de escrúpulos, de duvidosa moralidade, pregadores do ódio, da xenofobia, do sectarismo e do preconceito, que num dia afirmam uma coisa e no dia seguinte o seu contrário, ao sabor das circunstâncias, mostrando bem a sua excelente relação com a mentira, o calculismo e o maquiavelismo mais desenfreado.

São os novos apóstolos da aleivosia e da tartufice.

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Publicado em Opinião