Novos tempos, novas eras, uma nova ordem mundial.
De um lado Trump, de outro o amigo Putin, dois neoimperialistas que querem crescer à custa dos países soberanos que invadiram ou querem invadir/anexar ou comprar.
Estes dois autocratas dão as mãos, do leste ao ocidente, sobre a Europa que querem controlar.
Trump manda o delfim do Ohio, JD Vance, a uma cimeira com o líderes europeus para lhes puxar as orelhas, com desdém, balofo paternalismo, iliteracia e arrogância baseada no novo-riquismo a que os EUA há muito habituaram o mundo, mas agora, saindo da sombra e com clara ingerência nas políticas de estados soberanos há muito despertados para a democracia – que aliás nasceu na antiga Grécia – fazendo críticas a torto e a esmo, num direito que não lhe assiste e revela, no fundo, a oligarquia cleptocrata que visa impor.
Lições de democracia dadas por quem esteve atrás da tomada do Capitólio, por quem desrespeita todas as leis vigentes, por quem quer acabar com o poder judicial, por quem quer controlar a comunicação social … seriam anedóticas se não fossem tão despudoradamente trágicas.
Entretanto, Trump e Putin intentam traçar o destino da Ucrânia sem dar cavaco ao governo e ao povo ucraniano, assim como Trump e o acólito Netanyahu visam tornar a faixa de Gaza dos Palestinianos num resort de luxo norte-americano para veraneantes entediados e endinheirados. Ou Trump, “tout-seul” que pretende apossar-se do Panamá, da Gronelândia, do Canadá…
De longe, a China, atenta e silenciosa, de camarote, assiste ao espectáculo, deixando empanturrar esta turbamulta de arrivistas, capitães América e czares, deliciados no seu inesperado festim, aguardando pelo momento em que, nédios e inebriados pelo poder, serão presa fácil dos seus esfíngicos e tenebrosos desígnios.