Ontem, numa interpelação por jornalistas, o líder do Chega, André Ventura, com um sorriso amarelo, mas de forma emotiva e sentida exteriorizou com a habitual elegância a sua preocupação com aquilo que teme poder vir a tornar-se o Parlamento:
”Uma casa de alterne do crime”
Vindo da boca de quem vem, do homem da transparência que quer limpar o país, quem somos nós para duvidar?
O Chega, partido no qual mais de 20% dos deputados da bancada tem problemas, de menor ou maior gravidade, com a Justiça, depois destes aziagos dias em que algum “verniz” começou a sair das unhas de alguns dos seus militantes, deputados incluídos, tem razões para evidenciar a sua preocupação e ponderar no chão que à sua volta treme.
A saber e para já:
O deputado à Assembleia da República, Miguel Arruda é suspeito de reiterado roubo de malas nos aeroportos de Ponta Delgada e Lisboa.
O deputado municipal do Chega por Lisboa, Nuno Pardal, fervoroso apologista da castração química de pedófilos, foi acusado pelo Ministério Público de dois crimes de prostituição de menores agravados e de ter mantido encontros pagos com um rapaz de 15 anos.
O deputado regional do Chega Açores, José Paulo Sousa, foi apanhado pela PSP a conduzir alcoolizado com taxa de alcoolemia de 2,25 g/l, quando é considerado crime 1,2 gramas de álcool por litro de sangue.
Manuela Dias, deputada municipal do Chega em Loures foi acusada pelo MP de participação económica em negócio, que terá sido cometido enquanto era presidente da União de Freguesias de Moscavide e Portela, estando em causa pagamentos ao ginásio do genro.
André Ventura promete limpar o partido. Desejamos-lhe o maior sucesso e que não lhe faltem vassouras de superior qualidade. Ademais, com vidros tão frágeis, se alguma sensatez lhe assistir deveria começar a arremessar bolas de algodão aos telhados dos outros.