A controversa ministra da Saúde tão protegida e acarinhada por Luís Montenegro, aparentemente um erro crasso de casting, pode efectivamente não o ser, mas ser antes uma eficaz purgadora de – entre outros e não só – conselhos de administração das Unidades Locais de Saúde, por esse país fora.
Aliás, se há de facto matéria na qual se destaca esta ministra é nesta apurada função de “almeida” aspirando quantos possam ter alguma ligação com o passado, para, num ápice e sem justificação fundamentada, sobranceira e autocrática, dar vez à enorme fila de “suplicantes” estrenuamente acenando com o cartão partidário, tornando-se assim uma mais que perfeita adjuvante da máquina partidária da AD, na politização dos cargos dirigentes.
Os exemplos sucedem-se e até os há bem polémicos, como o do cessante director executivo do SNS…
A Saúde, bandeira chave de Montenegro, que para ela tantas e tão auspiciosas promessas fez na sua campanha eleitoral, vai de mal a pior sem se lhe adivinhar um futuro ridente, a não ser para os privados do sector que regozijam e enriquecem com este caos provocado e há muito estrategica e perniciosamente alimentado.
Nos grandes hospitais tudo piora, menos a capacidade extraordinária de abrir céleres concursos para cargos dirigentes, num afã de colocar em lugares de chefia “gente de confiança”, independentemente da comprovada competência e do mérito que à competência e consequente eficiência subjazem.
Nas capitais de distrito onde as autarquias eram em geral as maiores entidades empregadoras, os Centros hospitalares já as ultrapassaram há muito.
A título de exemplo, o CHTV tem 2.878 funcionários e, a 1 de Janeiro de 2025, a ULSVDL contava 3.679… com este “exército”, afinal o que obsta ao seu excelente funcionamento? Pergunta de um leigo…
Neste incomensurável cosmos profissional, não será difícil acolitar lugares-tenentes e afilhados. E talvez esteja aqui, neste “desbaratinar” de recursos humanos, um dos pontos fulcrais da máquina devoradora de euros do SNS.
Mas há muitos outros, naturalmente…