A senhora Ursula von der Leyen, oriunda da União Democrática-Cristã, da família do centro direito europeu, neoliberal de provas dadas, há muito que defende as privatizações da segurança social e a sua substituição por um macro fundo de pensões a nível europeu.
Por detrás desta apologia esteve envolvida ( já não está?) uma empresa poderosa, um fundo de investimento arquibilionário de nome BlackRock (o nome, de per si já é tenebroso…) cujos responsáveis fizeram várias reuniões com decisores da CE no sentido de implementar os chamados “produtos de pensão pan-europeus” para todos os trabalhadores dos países membros.
Felizmente, até agora e para já não foi grande o sucesso obtido.
Este seria um negócio colossal, da China, mesmo, mas para quem?
Este grupo é coordenado pelo economista e professor da Nova IMS, Jorge Bravo, que não será alheio à solução preconizada pelos fundos de pensões, pela liberal Carla Castro, da IL, uma apologista das privatizações, em geral, e por mais 8 quadros institucionais oriundos de ministérios, secretarias de estado, do IGFS e da CGA.
Os menos distraídos ainda se recordarão do que aconteceu aos falidos fundos de pensões vítimas da crise do sub prime de 2008, gerada nos EUA, e na dramática perda de biliões de dólares por milhões de aposentados que lhes tinham confiado as poupanças de uma vida e de repente ficaram sem nada.
Em Portugal, a banca e as seguradoras salivam ávidas e insaciáveis perante esta nova perspectiva do mercado. O governo ouve-os com a máxima atenção, fazendo reiteradas juras de “que nem pensar privatizar….”. Todavia, o primeiro passo foi dado. Aguardemos pelos que se seguem…
É tudo, afinal, pelo nosso bem, diz a actual ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Ramalho, mesmo que para os mais “escaldados” e desconfiados, a narrativa de tentar “dar caução nobre a um real cínico” (Barthes), paire assustadora e veladamente no ar onde nunca há fumo sem fogo.