Não obstante entenderem que “a oferta de Equipamentos Culturais diversificados e polivalentes é um dos desígnios dos Municípios para a consolidação das suas Políticas Culturais” e reconhecendo “que Viseu apresenta lacunas a nível de infraestruturas que possam acolher eventos culturais diversos” os vereadores do PS na CMV votaram contra a proposta de Ruas alegando que “a solução apresentada pelo executivo municipal carece de fundamento substantivo e de forma, na medida em que desconhecem por completo se foi realizado algum estudo que permita ao executivo confirmar ser esta a melhor opção de investimento, nomeadamente quanto a públicos e à sua viabilidade económica.”
Mais afirmam desconhecer “por completo se esta é a solução mais impactante para o desenvolvimento cultural, turístico e económico do concelho” referindo que “é uma obra sem financiamento garantido e que por via disso irá onerar os/as viseenses por um longo período”, além disso, lembram “que este investimento de cerca de 30 milhões de euros representa mais de 25% do Orçamento Municipal para um só ano, conhecendo-se apenas a possibilidade – não garantida, porque ainda não concretizada – da geração de receita de um terreno que irá a hasta pública por um valor que representa tão só 10% do investimento no CAEVIS” e concluem, em abono do sentido de voto, “não foi esclarecida a forma como esta infraestrutura irá ser gerida, com que equipa, com que orçamento e que sinergias serão criadas com os agentes culturais, colocando-se por isso as seguintes questões que carecem de resposta, naquele que poderá ser o maior investimento de sempre do município, numa decisão onde os munícipes não foram sequer auscultados:
– Que estudo técnico suportou a decisão política, nomeadamente quanto à capacidade do espaço e à viabilidade financeira do investimento?
– Que agentes culturais do concelho foram ouvidos para a realização do projecto?
– Que equipa e/ou modelo de gestão estão pensados para o funcionamento desta infraestrutura?
– Quais os custos de manutenção e exploração do CAEVIS?
– Que fontes de financiamento estão pensadas para a obra?
Por último e face ao objecto desta votação, não se conhece o fundamento para o aumento da capacidade do auditório interior do CAEVIS para 1000 pessoas, numa adenda ao contrato que irá onerar o projeto em mais 64 mil euros e a eventual empreitada em cerca de dois milhões de euros.
Pelas dúvidas elencadas, os vereadores do PS afirmam que não lhes foi possível “tomar uma decisão informada sobre a premissa de investir mais de 30 milhões de euros, sem a certeza de que este é o equipamento que vai responder de forma efetiva às necessidades de infraestruturas que Viseu necessita e que os Vereadores do PS reconhecem”, assim sendo e frisando que “não sendo contra a realização de uma obra conducente à criação de um novo espaço de cultura digno para o Concelho, estamos verdadeiramente contra um processo conduzido apenas pela vontade política do executivo e não por razões objectivas que fundamentem as opções preconizadas para o espaço.”