As querelas da Viseu Marca

Estranho é o “dono” da Viseu Marca, com 48% do capital social, Fernando Ruas (CMV), dar o seu aval a tudo isto, provavelmente no afã de dar palco e holofote ao seu “delfim” e, no seu eventual desiderato, futuro sucessor autárquico.

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  • 16:49 | Sexta-feira, 09 de Agosto de 2024
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A Viseu Marca, “dona” da Feira de S. Mateus, vai de polémica em controvérsia, dia sim, dia não.

Agora, foi a exclusão do Dia dos Bombeiros Voluntários deste certame, retirando-lhes o legítimo direito a uma importante receita financeira, tão merecida quanto justa.

Talvez as “guerrilhas” internas entre correligionários o expliquem. Talvez não.


Provavelmente, o facto de João Caiado, presidente dos BVV e de Pedro Alves, presidente da Viseu Marca terem um difícil relacionamento, possa explicar alguma coisa. Mas, a ser assim, prejudicar uma briosa e relevante corporação de bombeiros por causa de “tricas” políticas e pessoais é tão feio quanto reprovável.

Estranho é o “dono” da Viseu Marca, com 48% do capital social, Fernando Ruas (CMV), dar o seu aval a tudo isto, provavelmente no afã de dar palco e holofote ao seu “delfim” e, no seu eventual desiderato, futuro sucessor autárquico.

Já o presidente da AIRV, João Cotta, detentor do mesmo capital social que a CMV, parece não “riscar” nada e “amouchar” perante todas as decisões do Ruas e, por capilaridade, da sua futura e fulgurante promessa, Pedro Alves.

De pouco lhe vale mandar fazer uma reservadíssima e quase confidencial auditoria para apresentar um relatório aos associados da instituição a que preside, assim se excluindo de responsabilidades, como no ano passado e perante os 200 mil euros de resultado negativo da gestão do executivo capitaneado por Pedro Alves.

Porém, que lhe valerá “refilar” no fim, se no “durante” fez do silêncio postura? E como se explica este bizarro silêncio?

Com poucos dias de duração, a Viseu Marca já foi alvo de críticas pelo preço de bilhetes para um espectáculo, com entrada a 35 €; já foi alvo de um primeiro protesto por parte dos feirantes que pagam altos preços para ali comerciar, queixando-se da falta de retornos que os incentivem; é agora alvo de protesto pela exclusão do programa da Feira do dia consagrado aos Bombeiros Voluntários de Viseu. O que virá amanhã?

Provavelmente todas estas aparentemente desconexas atitudes terão uma plausível explicação – estou a ser compreensivo – mas quando todos se silenciam, tal quer dizer que todos consentem. E quando todos consentem, todos são anuentes cúmplices dos actos de um impune e imune executivo.

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Publicado em Opinião