Viseu é uma cidade que em relação e proporcionalmente ao número de habitantes tem um dos mais elevados números de atropelamentos mortais e com feridos nas passadeiras urbanas.
Este domingo, na Avenida da Europa foi atropelado um cidadão que passeava o seu cão. Não sei se foi ou não numa passadeira, mas foi dentro da cidade onde o limite de velocidade é de 50 km/h.
Ontem, na rotunda Carlos Lopes, numa passadeira foi mortalmente atropelado outro cidadão.
Falarmos de falta de civismo não chega. Referirmos a ausência de uma cultura de respeito pelo outro é insuficiente. Trazermos à colação a mentalidade de certos “grunhos” que por aí fazem das ruas um circuito automobilístico é minguado.
Há sempre quatro entidades envolvidas neste tipo de ocorrências:
o peão, que no acatamento dos seus direitos deve respeitar os seus deveres, sem nunca facilitar em função de uma prioridade que lhe é concedida;
o automobilista, o “atropelador” que mata por desrespeitar regras e normas;
a autarquia que é insensível a esta temática por culpa de um executivo frouxo, apagado, de horizontes limitados e que, há muito, é sinónimo de regressão, apoucamento e de incapacidade de trazer para Viseu um projecto condigno e adaptado às novas realidades que os tempos trazem;
a PSP, responsável pelo perímetro urbano, que mais não faz do que colocar radares por aí. Até aceitamos que esta força de segurança não tenha outros meios, mas não aceitamos que a autarquia do Dr. Ruas não tenha competência, sensibilidade, capacidade, imaginação e recursos para acabar com esta mortandade.