Tópico(s) Artigo
-
Paulo Neto
No início de Julho, Pedro Osório, adjunto do presidente da autarquia viseense Fernando Ruas, apresentou a sua candidatura à Concelhia do PSD Viseu.
Uma semana depois, João Paulo Gouveia, vereador da CMV e actual presidente da Concelhia, apresenta a sua recandidatura.
A cessão de funções da actual concelhia acontece amanhã, dia 16 de Julho. As eleições para a nova Concelhia decorrerão em Setembro.
Pedro Osório justifica a sua candidatura com a “necessidade de voltar à cultura da militância de base do Partido” acrescentando que “Vivemos tempos difíceis, com novas realidades e inúmeros desafios. É notório o afastamento de muitas pessoas da política ativa e, principalmente, dos partidos políticos. Não obstante o regresso do nosso partido ao Governo, que tem demonstrado determinação e coragem na sua ação, vários acontecimentos locais, regionais e nacionais, contribuíram para descredibilizar a política e os políticos, resultando num crescente desânimo de alguns dos nossos companheiras e companheiros”.
Nas entrelinhas do seu comunicado, lerá quem assim o entender, algumas críticas, tais como “O Partido tem de voltar a envolver o maior número de militantes na sua atividade. O primeiro passo começa por aquilo que, para mim, é o mais importante, estar com as bases e nas bases, acolhendo os seus contributos e as suas opiniões, desafiando-os para serem mais interventivos e serem parte ativa na definição do futuro da nossa estrutura”.
Por seu turno, João Paulo Gouveia, que tem na vice-presidência o antigo vereador e deputado Guilherme Almeida apresenta uma candidatura que “una e não divida, que congregue e não afaste, que olhe para o Futuro e que seja plural e representativa” e acrescenta “Não deixaremos ninguém pelo caminho. Pretendemos fazer esse caminho com todos.” Declarações que deixam patente reparo ou reprimenda à forma de actuar de alguém…
A candidatura de Pedro Osório, membro da distrital do PSD, provavelmente só acontece por empurrão de Fernando Ruas, Carlos Silva Santiago e Pedro Alves. Ou seja, irá à luta, mas com a rectaguarda coberta.
A de João Paulo Gouveia, que não pensava ter adversários, acontece pela sua natural resiliência, persistência e em resposta a um inesperado desafio que lhe surgiu pela frente.
Pedro Osório, homem de mão de Fernando Ruas, apresenta-se para afastar do caminho um “escolho” para este, que nunca terá perdoado a Gouveia o seu desiderato de ser este e não Ruas o candidato à CMV.
Gouveia foi herdado por Ruas, vindo da anterior equipa do falecido Almeida Henriques. As afinidades entre ambos são discretíssimas. É um homem que conhece bem o terreno, assim como o ainda hoje número 2 da sua lista, Guilherme Almeida, durante anos vereador do desporto e um bom conhecedor das freguesias.
Em breve se jogará a vaza das autárquicas e o lugar de presidente da Concelhia não é despiciendo neste contexto. Por isso, apetecível.
Se neste momento Osório aparenta ir a jogo com mais trunfos, mostrando-se muito preocupado com “a descredibilização da política e dos políticos”, Gouveia, mais experiente, mas com insegura rectaguarda, pode tornar-se um adversário de peso. Até porque, tirando os “acólitos” mais próximos, ninguém faz ideia de quem é Pedro Osório, ao que vem e porque vem…
Quanto a Ruas, a baralhar, nunca se sabe o que sairá de um eficaz macete e se, numa tarde de “sueca” será muito complicado dar uma redonda bandeira…
Gosto do artigo
Palavras-chave
Publicado por
Copyright © 2024, Rua Direita . Todos os direitos reservados.