Ninguém ignora que a cada Governo que surge se renovam centenas, senão milhares de “boys” em cargos de nomeação política pouco “exigentes” no que toca a critérios base que deveriam por base e padrão o mérito.
Há depois aqueles cargos de chefia, de direção, de presidência de lugares fulcrais, na Administração Pública e em certas instituições relevantes, como a Santa Casa de Misericórdia de Lisboa.
Este Governo, decerto apressado pelos “boys” de topo e quase apostava que pela ala do CDS-PP, numa das suas primeiras “grandes” medidas e decisões decidiu exonerar a Provedora Ana Jorge que uns dias antes pusera o seu lugar à disposição e fora, à hora, “acarinhada” pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Rosário Ramalho.
Segundo Ana Jorge, o Governo agiu para com ela de forma “rude, sobranceira e caluniosa” e diz-se disponível para, em comissão de inquérito parlamentar dar todas as necessárias explicações da sua gestão.
Recordamos que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem para cima de 6 mil trabalhadores, dos quais 561 são dirigentes com cargos de chefia. A título informativo se refere que um diretor principal aufere em salário e despesas de representação 6.083 euros brutos. A SCML tem um orçamento anual de 200 milhões de euros e vive das receitas proveniente dos jogos sociais, dos rendimentos provenientes do património imobiliário, bem como de doações recebidas.
Voltando ao início, decerto já haverá alguns candidatos com “perfil” para o lugar de Ana Jorge, atrevendo-me a apontar um nome, eventualmente o de Pedro Mota Soares, que foi Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social no XIX e XX Governo Constitucional. Ou seja, com um amplo CV para o lugar…