Nuno Melo e Paulo Núncio são dois voluntariosos militantes do CDS pela coligação AD chamados ao poder, o primeiro como ministro da Defesa (Portas deixou discípulos, ele que foi ministro de Estado da Defesa e do Mar) e o segundo, que foi secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do Governo de Passos Coelho, como deputado da Nação e chefe do grupo parlamentar composto por ele e outro deputado.
Dos tiques de Núncio, já este se tinha encarregado de dar polémicas provas, no seu conservadorismo ultramontano.
De Nuno Melo, o ministro da Defesa vindo direitinho de Bruxelas, com aquele seu ar briguento e de superioridade, ouvimos agora a inclusiva e vanguardista ideia de integrar nas Forças Armadas os jovens delinquentes, o que, em boa verdade se diga, logo teve a anuência da ministra da Administração Interna, que ainda andará parca de ideias.
“A proposta não faz sentido nenhum, é não ter o mínimo de ideia do que é as Forças Armadas. Não podemos fazer do exército uma colónia penal. Quando não percebemos para que servem as instituições militares, surgem estas ideias estapafúrdias”, revela um agastado major-general que adita “Muitos dos nossos polícias vêm das Forças Armadas. A polícia quer ter ex-delinquentes? Querem polícias com cadastro? Merecemos políticos mais sérios no nosso país” e que conclui “Começamos a ter guaritas guarnecidas para que os reclusos não saiam? Se saírem responsabiliza-se quem? O general, o coronel? Isto ia transformar completamente a instrução militar numa casa de correção. Se criticamos os russos por esvaziarem as prisões para encher as fileiras, não nos parece correto fazer o mesmo”.
Para outra alta patente “Qualquer psiquiatra ou psicólogo desaconselha que estas pessoas tenham contacto permanente com armas de fogo. Pessoas com historial de delinquência e distúrbios de personalidade sérios não podem servir nas Forças Armadas. Para ingressar é preciso fazer uma série de testes psicotécnicos e psicológicos que barram a entrada destes indivíduos.”
Mas uma coisa é certa, a ideia é “modernaça” e nem parece vir de um ministro da ala ultradireita e mais conservadora do Governo.