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Paulo Neto
Marcelo Rebelo de Sousa, decerto muito satisfeito pela vitória da sua família política e, em especial, do seu partido político, o PSD, vai ouvir Luís Montenegro e dar-lhe luz branca para formar governo.
Governo esse do qual estamos todos muito expectantes pois, como diz a música “Agora é que vai ser”. Ou seja, os portugueses, sejam médicos, forças de segurança, militares, professores, sejam enfermeiros e etc., vão finalmente receber a resposta a todos os seus desideratos. Também todas as obras e infraestruturas suspensas vão ser num ápice concluídas. Aqui, no distrito de Viseu, teremos enfim comboio, radioterapia, IP3 e tudo o mais que estava em falta. Os recém-eleitos depararão para aí com 6 mil milhões em cofre para poderem cumprir o prometido. Não é mau, para começar a brilhar.
Entretanto, o Chega de Ventura, a quem mais de um milhão de portugueses deu o voto, já exigiu que Montenegro o chame para negociar o Orçamento de Estado, ameaçando, caso tal não suceda, votar contra. Qualquer semelhança com chantagem é mera coincidência.
E, enquanto não temos o berreiro e a balbúrdia no Parlamento, vamos ter em cena o “charivari” a fazer chinfrim a plenos pulmões. O que, nem é de estranhar, nem novidade alguma.
Num silêncio pesaroso, Pedro Nuno Santos aguarda com a maior inquietação o desenvolver das negociações e o momento em que Montenegro se renderá ao “enfant terrible” de Algueirão, para felicidade e estabilidade da nação.
Doravante, cada dia que passa nos trará episódios deste folhetim e, mal a AR abra portas, 48 deputados a bater com as mãos nas “carteiras” irão decerto obrigar o novo presidente do Parlamento (não lhe queríamos estar na pele) a investir em novas e poderosas colunas de som.
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