A Linha do Dão foi inaugurada no dia 24 de Novembro de 1890 e encerrada em 1989/2000. No seu lugar, entre Viseu e Santa Comba Dão, está agora a Ecopista do Dão.
Outrora, a estação então chamada de Torre d’Éita foi um factor de desenvolvimento económico daquela freguesia. Ainda hoje, a seu montante, se pode ver a serração encerrada e abandonada, que era uma das empresas mais empregadoras daquela localidade.
Uma parte da obra parece estar feita. Ao lado, o armazém mantém-se em adiantado estado de ruína e a composição de comboio para ali levada e trazida em tempos da Régua, essa, completamente vandalizada, destruída e apodrecida, é hoje um cóio de toxicodependentes e outros delinquentes.
A cada ano que passa, e já passaram muitos, o seu estado de degradação e abandono tornou aquela peça simbólica do património industrial português e da História dos Caminhos de Ferro num monte de sucata sem recuperação à vista.
A autarquia viseense, dona da obra, tem responsabilidades e devia, também, ter o mínimo necessário de pejo e de pudor perante aquela triste realidade aos olhos de todos exposta.
Ademais, a Fernando Ruas, natural da vizinha localidade de Farminhão, que assistiu conformado ao encerramento da Linha do Dão, não ficaria mal o brio, que mais não fosse, de honrar o nome do comendador Arcides Simões, que tanto pela terra e por aquele apeadeiro pugnou.
Vamos ser optimistas e pensar que um dia a obra vai ter conclusão, que um museu ali vai nascer e que o “comboio” ali apodrecido e esquecido vai ser restaurado e se vai tornar numa chamativa infraestrutura de apoio ao núcleo museológico em causa.