Modelos e cenários de risco podem ajudar municípios a prevenir incêndios

Com base nestas projeções, as medidas de mitigação devem ser aplicadas primeiro nas áreas/freguesias com maior exposição. Identificar o perigo, estimar a frequência e a severidade com que pode suceder é essencial para selecionar, no espaço e no tempo, as medidas a realizar, ora de mitigação ou de adaptação.

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  • 11:31 | Sexta-feira, 27 de Outubro de 2023
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Os modelos e cenários de risco de incêndios rurais podem apontar quais as áreas de maior perigo nos vários municípios portugueses, podendo esta ser uma ferramenta bastante valiosa na prevenção destes eventos, minimizando as situações de danos humanos e materiais e na floresta.

No decorrer do seminário sobre Modelação e Cenarização do Risco de Incêndio: Decisão Estratégica sobre Investimentos, organizado pela Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) e o IGOT – Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, que se realizou ontem à tarde, em Lisboa, foi realçado que estes modelos apresentam uma perspetiva de índice que fornece uma visão integrada e detalhada do risco de incêndio rural, relevante para abordagens de redução de riscos de desastres.

Com base nestas projeções, as medidas de mitigação devem ser aplicadas primeiro nas áreas/freguesias com maior exposição. Identificar o perigo, estimar a frequência e a severidade com que pode suceder é essencial para selecionar, no espaço e no tempo, as medidas a realizar, ora de mitigação ou de adaptação.


José Luís Zêzere, Diretor do Centro de Estudos Geográficos, abordando a vulnerabilidade social ao perigo de incêndio, apresentou um trabalho que caracteriza a ameaça e identifica quais as freguesias que estão mais expostas.

Numa abordagem mais quantitativa, o perito americano Alan Ager, usando modelação reforçou a importância de utilizar cenários alternativos para quantificar o risco e assim, seriar os projetos de gestão de vegetação mais prioritários. Este exercício foi feito para Portugal e demonstra a vantagem de planear e depois mitigar o perigo à escala supramunicipal. Tal como nos Estados unidos, se tratarmos 20% da área, consegue reduzir-se 80% da exposição ao fogo, o que constitui uma informação muito relevante, para mobilizar e envolver os proprietários e autarquias.

Desmond Carroll, gestor de uma empresa de resseguros norte americana, também realçou a importância dos cenários, que para diferentes pressupostos permitem quantificar a volatilidade e dimensionar o custo de um seguro.

Sabendo-se que os recursos financeiros e operacionais são finitos, este encontro foi útil para partilhar metodologias e mostrar uma ferramenta, já testada em Portugal, para apoio à decisão sobre onde e quando tratar a vegetação, potenciando assim a eficiência económica do investimento, e melhorando desta forma também a qualidade da decisão, técnica e política.

 

Sobre a AGIF: Instituto público, criado em 2018, tem por missão acelerar a transição para a gestão integrada de fogos rurais, envolvendo as instituições e a sociedade, com base num modelo de governança territorial, em torno do desígnio nacional: Proteger Portugal dos incêndios rurais graves”, e sendo a entidade responsável pelo planeamento, coordenação estratégica e avaliação do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR). São entidades basilares deste Sistema a Autoridade Nacional de Proteção Civil e o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, I.P., suportadas pela GNR, EMGFA, PJ, PSP, IPMA, IP, DGV, DGADR, LBP, ANMP e ANAFRE.

 

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