Não tenho memória de um desempenho tão autocentrado no seu egoísmo e vaidade quanto aquele que Marcelo Rebelo de Sousa tem vindo a mostrar.
Arrogar-se de poderes que pertencem a outro Órgão de Soberania é uma violação das disposições constitucionais.
Marcelo Rebelo de Sousa sempre tem agido com o pensamento em si mesmo, querendo ficar na história.
Foi assim no seu primeiro mandato em que se colou à Geringonça para consolidar a sua popularidade.
Depois tentou bater o máximo de votos que elegeram um Presidente da República.
Falhou com estrondo.
No segundo mandato começou por seguir a pauta do primeiro mas tudo mudou com as eleições que elegeram a maioria absoluta.
Aí ensimesmou-se e, perante a perspectiva de ficar a fazer de Rei da Inglaterra, decidiu invadir a área de competências do Governo.
Sistematicamente começou a dar “sugestões” para questões executivas.
Depois a ameaçar de manhã, à tarde e à noite que podia usar o poder de dissolução da Assembleia da República.
O Presidente mostrou todo o seu carácter vingativo dizendo que iria ficar mais atento. Nem sequer se importou com a implícita confissão de que até aí não andou atento, logo não cumpriu o seu dever.
Agora vem mostrar um enorme desprezo pelos funcionários públicos, dividindo-os em de primeira e de segunda.
Esquece que as funções do Estado são todas igualmente dignas.
Amanhã não hesitará em afirmar isto mesmo.
(Foto DR)