A minha família paterna é oriunda do Sátão. Aí vivi um terço da minha vida. Fiz a EN229 milhares de vezes. Com o meu pai, com amigos, de camioneta, à boleia, de moto, de automóvel. Quando estudava no Liceu de Viseu, todos os dias a fazia, de ida e volta. Conheço-a bem, quilómetro a quilómetro.
Esta estrada nacional que liga Viseu à EN222, no município de S. João da Pesqueira, serve ainda os concelhos de Aguiar da Beira, Sernancelhe e Penedono.
O troço que liga Viseu ao Sátão, fruto da sua estreiteza, do seu degradado e irregular piso, da sua sinalização deficiente (limitações de velocidade existem bastantes…), do seu crescente fluxo de trânsito (o Sátão tornou-se uma espécie de dormitório de Viseu, com habitação mais acessível), estes 20 quilómetros há muito são um pesadelo de todos os utentes desta via, ligeiros e pesados, que diariamente são aos milhares.
Em consequência de tudo isto, são inúmeros os acidentes e muitas as vítimas deles resultantes.
Há duas décadas que todos quantos nela circulamos ansiamos pela sua reabilitação. Houve autarcas, de Viseu e do Sátão que, improficuamente, sem nenhum resultado palpável, tentaram fazer ouvir as suas débeis vozes em prol da requalificação deste troço.
A seu lado surgirá também a variante à EN229 – Ex-IP4 / ZI Mundão, com um custo que orça os 10 milhões de euros e que muito irá beneficiar as empresas ali sedeadas, sendo a requalificação da 229 entre a ZI do Mundão e o Sátão orçado à volta dos 3,5 milhões de euros.
Esta requalificação vai servir muitos milhares de utentes, os quais, decerto, se irão congratular com o fim do suplício. Esperamos que todos os políticos, seja qual for a sua “cor”, se congratulem também com esta mais-valia que tanto tardou a chegar.